
Os preços internacionais do petróleo encerraram o pregão desta quarta-feira (19) em forte queda, pressionados por novas sinalizações de avanço diplomático entre Rússia e Ucrânia e por dados que mudaram a percepção do mercado sobre a oferta global.
O contrato do WTI para janeiro, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex), caiu 2,34%, fechando a US$ 59,25. Já o Brent, referência global e negociado na ICE de Londres, recuou 2,12%, a US$ 63,51.
Diplomacia avança e investidores reagem
Segundo fontes ouvidas pela Reuters, autoridades dos Estados Unidos estariam pressionando Kiev a avaliar um plano de cessar-fogo, o que aumentou a possibilidade de um acordo para encerrar o conflito. A agência também informou que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deve se reunir com representantes militares norte-americanos em Kiev.
O movimento reacendeu expectativas de desaceleração da guerra — um dos principais fatores de volatilidade na oferta de energia desde 2022.
Dados dos EUA reduziram ritmo de queda
Apesar da forte pressão inicial, o petróleo perdeu intensidade no fim da sessão após o Departamento de Energia dos EUA (DoE) divulgar que os estoques de petróleo bruto do país caíram, contrariando projeções de alta feitas por analistas.
A leitura reverteu parte do pessimismo inicial, mas não evitou que a commodity acumulasse mais um dia de perdas relevantes.
Rússia descarta novos cortes
Moscou também contribuiu para o movimento de baixa. O governo russo afirmou que não pretende ampliar cortes na produção, destacando ainda que as sanções recentes não afetaram significativamente o nível de extração — fator interpretado pelo mercado como sinal de oferta mais robusta no curto prazo.
Analistas mantêm visão cautelosa
A incerteza ainda é dominante no mercado. Soojin Kim, analista do MUFG, afirmou que, apesar da interrupção de compras por parte de alguns países asiáticos, os mercados de diesel na Europa seguem fortes — mas ressaltou que os fundamentos mais amplos continuam “claramente pessimistas”.
Com guerra prolongada, oferta instável e risco de desaceleração econômica global, os investidores seguem atentos a qualquer nova sinalização política que possa alterar o equilíbrio entre oferta e demanda.