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Mercados emergentes ganham com ataque fiscal nos EUA?

Tensão fiscal e inflação nos EUA reforçam apelo por ETFs e ativos asiáticos

Mercado emergentes
Mercados emergentes ganham destaque enquanto instabilidade fiscal nos EUA afasta investidores em busca de diversificação global de portfólio | Crédito: SpaceMoney

A crescente instabilidade fiscal nos Estados Unidos impulsiona o mercado atual. Déficits elevados, estímulos fiscais e aumento da dívida pública ampliam o interesse de investidores globais por ETFs e ativos em mercados emergentes. A Ásia, em particular, atrai atenção a fim de diversificar e proteger portfólios contra riscos domésticos americanos.

A eleição da nova agenda fiscal e os temores com tarifas iniciaram uma rotação global. Sem dúvida, muitos investidores abandonam ativos americanos e realocam recursos para ETFs de mercados emergentes mais resilientes. Como resultado, Europa, Japão, Ásia e regiões emergentes fora dos EUA registram entrada de capital recorde nos últimos meses.

A maior participação dos ETFs amplifica esse movimento. Em outras palavras, os fundos de ações e renda fixa global expõem os emergentes a maiores entradas de capital quando os fluxos se intensificam. Por outro lado, também provocam saídas abruptas caso haja mudança de cenário. Pesquisas comprovam que ETFs são cerca de 2,5 vezes mais sensíveis às condições financeiras globais do que fundos tradicionais.

Qual o futuro dos emergentes?

Diante da escalada fiscal americana e da crescente incerteza sobre a solvência e políticas monetárias do Fed, emergentes, principalmente asiáticos, conquistam tração como destinos alternativos de investimento. O enfraquecimento recente do dólar, juntamente com expectativa de juros mais longos e inflação nos EUA, favorece alocações para mercados com fundamentos sólidos e alta real nas taxas locais.

Na esteira dessa transição, gestoras como BlackRock e PIMCO registram forte aumento de AUM em fundos emergentes. Além disso, bancos ativos em EM, como a Ashmore, experimentam redução dos resgates e retomada de fluxo positivo nos últimos meses. Isto é, reflete-se a busca por diversificação e retorno fora dos EUA.

Ainda que emergentes tenham se beneficiado até agora, o fortalecimento do dólar observado recentemente e a perspectiva de aumento dos rendimentos dos Treasuries podem inverter parte desses ganhos. Em conclusão, investidores devem permanecer atentos às políticas fiscais americanas e a novas tarifas, que podem reverter o apetite por risco globalmente e recalibrar alocações em EM.