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Mercado vê chance real de queda da Selic só no fim do ano, após fala de Haddad

Declarações do ministro da Fazenda indicam que cortes nos juros podem demorar mais que o esperado

Fernando Haddad / Queda da Selic
Análise do mercado revela pessimismo sobre cortes na taxa de juros em 2025, com projeções indicando manutenção da Selic até o final do ano| Crédito: Reprodução

O mercado financeiro revisou suas expectativas sobre o início do ciclo de cortes na taxa Selic. Analistas preveem agora que a redução dos juros básicos acontecerá apenas no final de 2025. A princípio, declarações recentes do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, influenciaram essa mudança. Ele condicionou a possibilidade de queda da Selic ao cumprimento da meta fiscal pelo governo.

Haddad afirmou que o Banco Central se sentirá mais “empoderado” para justificar um corte na taxa Selic se o governo federal cumprir a meta fiscal. Além disso, ele destacou que o patamar atual da taxa de juros é “ultrarrestritivo”.

O ministro ressaltou ainda que o nível atual da Selic pode trazer efeitos negativos se mantido por um longo período. Ele comparou a situação a um “remédio que, em excesso, pode ser contraproducente”. No entanto, enfatizou que a decisão sobre a taxa de juros cabe exclusivamente ao Banco Central, por meio do Comitê de Política Monetária (Copom).

O Santander, por exemplo, projeta que a Selic permanecerá em 15% até o fim de 2025. O banco prevê reduções na taxa de juros apenas no primeiro trimestre de 2026. Sem dúvida, essa perspectiva reflete a cautela do mercado diante das incertezas fiscais. Acima de tudo, os investidores buscam sinais mais claros de compromisso com o equilíbrio das contas públicas.

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O que muda com a queda da Selic?

A expectativa de manutenção da Selic em níveis elevados por um período prolongado afeta diretamente a economia brasileira. Em primeiro lugar, taxas de juros mais altas encarecem o crédito para consumidores e empresas. Como resultado, isso pode frear o consumo e os investimentos, impactando negativamente o crescimento econômico.

Além disso, a precificação de ativos financeiros, como ações e títulos públicos, muda conforme as expectativas sobre a trajetória da Selic. Por certo, juros mais altos tornam investimentos de renda fixa mais atrativos. Isso provoca uma migração de recursos da bolsa de valores para esses ativos, pressionando os preços das ações.

No mercado de crédito, a manutenção de juros elevados restringe o acesso a financiamentos. Essa restrição afeta especialmente pequenas e médias empresas, que dependem de condições favoráveis para expandir suas operações. Por fim, essa dinâmica reforça a importância de um ambiente macroeconômico estável. Políticas fiscais responsáveis criam as condições necessárias para a redução sustentável da taxa Selic.

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