A recente assinatura de um acordo comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia impõe tarifas de 15% sobre a maioria das importações europeias. Como resultado, o euro sofreu uma queda significativa frente ao dólar. A moeda europeia recuou 1,3% em um único dia, marcando, assim, sua maior desvalorização diária em mais de dois meses. Ao mesmo tempo, o dólar se fortaleceu diante de outras moedas.
O pacto substitui a ameaça anterior de tarifas de 30%. No entanto, líderes europeus criticam o acordo por ser desproporcionalmente favorável aos EUA. O primeiro-ministro francês, François Bayrou, classificou o acordo como um “dia sombrio” para a Europa, acusando a UE de se submeter às pressões americanas. Por outro lado, o chanceler alemão, Friedrich Merz, alertou para danos econômicos significativos decorrentes das novas tarifas.
Analistas apontam que o fortalecimento do dólar reflete a percepção de “excepcionalismo americano“. Em outras palavras, os EUA demonstram força econômica e política superior, atraindo, dessa forma, fluxos de capital e fortalecendo sua moeda. Em virtude disso, a tese do dólar forte no curto prazo voltou a ser discutida.
Impactos para mercados emergentes
A valorização do dólar tende a pressionar moedas de mercados emergentes, incluindo o real brasileiro. Isto é, ativos denominados em dólar tornam-se mais atraentes para investidores globais. Além disso, o fortalecimento da moeda americana pode aumentar os custos de financiamento e pressionar as balanças comerciais desses países.
Com a atenção voltada para as próximas decisões de política monetária do Federal Reserve e dados econômicos dos EUA, o mercado permanece, sem dúvida, atento aos desdobramentos. Tais eventos podem consolidar ainda mais a posição do dólar como moeda dominante no cenário global.