Juros

Mercado aposta em corte de juros do Fed

BofA vê sinais de confiança no Fed e corte já na próxima reunião.

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Símbolo do Federal Reserve em nota de dólar, representando expectativa de corte de juros pelo Fed.
Wall Street aposta em corte de juros do Fed. (Fonte: Canva)

Os investidores seguem confiantes de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) conseguirá reduzir os juros no momento certo, sem perder credibilidade. A avaliação é de Michael Hartnett, estrategista do Bank of America (BofA), em entrevista à Bloomberg.

Confiança refletida nos mercados

De acordo com Hartnett, o comportamento recente das bolsas reforça essa leitura. O KBW Bank Index, que mede o desempenho de bancos americanos, acumula cinco meses consecutivos de ganhos. Já o Russell 2000, índice de small caps, caminha para superar o S&P 500 pelo segundo mês seguido.

Outro sinal é a queda dos spreads de crédito de grau de investimento, que recuaram para 0,75 ponto percentual — patamar próximo das mínimas desde a década de 1990. Esses movimentos indicam que os mercados antecipam um corte de pelo menos 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Fed, marcada para 17 de setembro.

Decisão do Fed divide apostas

Embora o consenso aponte para um corte moderado, parte dos investidores defende uma redução mais agressiva, de 0,50 ponto percentual, diante da recente desaceleração do mercado de trabalho.

Segundo Hartnett, uma inversão das tendências atuais — queda do KBW Bank Index, perda de força das small caps e alta nos spreads — poderia indicar que o Fed estaria agindo tarde demais, já em meio a uma desaceleração mais profunda da economia.

Entusiasmo em Wall Street

Além da expectativa em torno da política monetária, o otimismo é sustentado pelos bons resultados corporativos e pelo avanço das empresas ligadas à inteligência artificial, que seguem impulsionando os índices americanos.

Hartnett também reiterou sua preferência por ações internacionais em relação às americanas. Até agora, a estratégia tem se mostrado acertada em 2025, já que o índice MSCI ACWI ex-US, que mede o desempenho das bolsas fora dos EUA, supera o S&P 500.

Visão de longo prazo para o investidor

Para o investidor brasileiro, esse movimento reforça a importância da diversificação global. Como destaca Fábio Murad, CEO da SpaceMoney e criador do método Super ETF, manter 100% do patrimônio em reais significa assumir riscos cambiais e perder poder de compra internacional.

“O investidor que internacionaliza sua carteira com ETFs americanos passa a ter renda em dólar, diversificação e proteção contra a desvalorização do real. Não se trata apenas de retorno, mas de preservar e multiplicar patrimônio em moeda forte” — afirma Murad.