sábado, 04 de maio de 2024
Inflação

IPCA: Inflação encoraja tomada de crédito; índice será divulgado nesta terça-feira (12)

"O tomador já não tem medo de captar crédito e ver a inflação disparar, e o credor também não tem medo de ficar com o crédito mal-concedido", afirma gestora

11 março 2024 - 12h29Por Redação SpaceMoney
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O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro será divulgado nesta terça-feira, 12 de março, e o mercado aguarda os dados para tentar encontrar pistas acerca da economia brasileira. Isso porque o ano começou para valer após o carnaval e já se vê um “assentamento” no preço dos ativos e do crédito de maneira geral.

Segundo o economista Volnei Eyng, CEO da Multiplike, a inflação sob controle encoraja à tomada de crédito, mas, ainda assim, o mercado segue otimista e cauteloso.

“No dia a dia das empresas o que se pode dizer é que os produtos pararam de aumentar, inclusive no atacado, e isso está levando a uma onda de renegociações com os fornecedores, porque os preços em muitas categorias passaram a ter uma deflação”, diz.

O economista explica que existe um otimismo no mercado em relação ao controle da inflação com reflexo imediato no mercado de crédito, onde se vê mais alongamento de prazo e melhores condições de fazer preço. “O tomador já não tem medo de captar crédito e ver a inflação disparar, e o credor também não tem medo de ficar com o crédito mal-concedido”, explica.

 

Projeções para o IPCA

Felipe Vasconcellos, sócio da gestora Equus Capital, afirmou que a expectativa do mercado é que a inflação medida pelo IPCA tenha sido de 0,77% em fevereiro, alta considerável em relação ao valor registrado em janeiro, de 0,42%.

“Apesar disso, o acumulado de 12 meses deve apresentar queda, fruto da desaceleração nos últimos meses. O resultado oficial certamente impactará a decisão do Copom em relação à taxa Selic”, ressalta.

Se esse resultado se confirmar, a inflação acumulada nos últimos 12 meses atingirá 4,44%, representando uma desaceleração em comparação com janeiro (4,51%) e também situando o índice dentro do limite máximo da meta de inflação do ano (4,5%).

 

Rumos da economia brasileira

Quanto aos rumos da economia brasileira, Fábio Murad, sócio da Ipê Investimentos, afirma que a análise, neste momento, é ambígua.

“Enquanto indicadores macroeconômicos favoráveis, como o inesperado superávit fiscal e uma balança comercial robusta, apontam para uma base sólida, persiste uma incerteza latente e pressões inflacionárias que demandam cautela. Embora a antecipação do 13º salário do INSS e a busca pela expansão do crédito para pequenas empresas busquem estimular a economia, há o risco de acarretarem desafios adicionais para o controle da inflação e para as decisões do Banco Central sobre a taxa Selic”, diz.

Ele também aponta que, embora o impulso à economia seja desejável, é crucial equilibrar o estímulo ao crescimento com a contenção da inflação. "O Banco Central precisa analisar meticulosamente as variáveis econômicas e as medidas implementadas para assegurar uma política monetária eficaz", explica.