INSS

Demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, cria tensão entre Lula e ministro da Previdência Social

Ministro Carlos Lupi não seguiu orientação de Lula de demitir o Stefanutto após operação revelar desvio de R$ 6,3 bilhões no INSS

Crédito: Joédson Alves/Agência Brasi
Crédito: Joédson Alves/Agência Brasi

A relação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, sofreu um abalo nos últimos dias, após discordâncias sobre a demissão do presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, de acordo com o blog de Valdo Cruz, no g1. 

Embora Lula tenha determinado, na manhã de quarta-feira (23), o afastamento de Stefanutto do cargo, Lupi não anunciou a exoneração durante a entrevista coletiva convocada para detalhar a operação Sem Desconto, da Polícia Federal.

A ação investiga o desvio de R$ 6,3 bilhões em benefícios com a cobrança irregular de contribuições de aposentados e pensionistas.

Porém, aliados de Carlos Lupi afirmam que a crise será superada e que o ministro segue firme no cargo.

 Discordância entre Carlos Lupi e Lula 

Na entrevista, Carlos Lupi não só deixou de comunicar a demissão como também defendeu Stefanutto e assumiu publicamente ser o responsável por sua indicação.

Logo após o encontro com jornalistas, o governo federal confirmou oficialmente que a decisão do presidente Lula era de demitir Stefanutto. 

Demissão do presidente do INSS

Durante a tarde, circulou a informação de que Stefanutto estaria prestes a pedir demissão, o que não agradou o presidente da República. 

No final do dia, a Casa Civil publicou no Diário Oficial da União a exoneração de Stefanutto. Embora a Polícia Federal ainda não tenha encontrado provas contra ele, a avaliação interna do governo é de que a gestão do presidente do INSS falhou ao não adotar medidas preventivas diante dos alertas sobre possíveis fraudes.

De acordo com assessores presidenciais, Stefanutto ignorou o alerta sobre irregularidades. Além disso, ele desconsiderou a recomendação para adotar a tecnologia de biometria desenvolvida pela Dataprev, estatal responsável pelas soluções digitais do governo.

Em vez disso, o INSS optou por um sistema alternativo, considerado menos seguro pela Controladoria-Geral da União (CGU), por permitir o uso de simples fotos de documentos dos segurados.