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Serviços no Brasil sobem 0,3% em junho e renovam recorde da série, diz IBGE

Com alta de 0,3% em junho, volume de serviços supera expectativas do mercado e evidencia resiliência da economia brasileira mesmo com juros elevados

Serviços no Brasil
Setor de serviços no Brasil registra crescimento e atinge novo recorde histórico, impulsionado pelo desempenho do transporte aéreo e de cargas | Crédito: Elza Fiuza / Agência Brasil

O volume de serviços cresceu 0,3% em junho, na margem com ajuste sazonal. Em virtude disso, o setor atingiu novo recorde da série iniciada em 2011. Na comparação anual, os serviços avançaram 2,8%, superando as expectativas de mercado. Em síntese, o dado confirma a resiliência da atividade, mesmo com juros ainda elevados.

O desempenho superou as projeções do mercado. De acordo com as estimativas, esperava-se queda de 0,1% m/m e alta de 2,0% a/a. Como resultado, o setor acumula ganho de 2,0% desde fevereiro, segundo o IBGE.

Em primeiro lugar, transportes liderou como única atividade com taxa positiva no mês, registrando alta de 1,5%. O IBGE destaca o impulso do aéreo de passageiros, beneficiado por passagens mais baratas. Além disso, o transporte de cargas cresceu apoiado pelo escoamento de safra e insumos industriais.

Por outro lado, os demais segmentos recuaram. Houve quedas em outros serviços e em serviços prestados às famílias. Juntamente com isso, ocorreram leves baixas em informação e comunicação e em serviços profissionais, administrativos e complementares. Ainda assim, o patamar do setor permaneceu no topo histórico.

Em contrapartida, o dado contrasta com o varejo, que caiu 0,1% em junho na margem e frustrou as expectativas. Dessa forma, a fotografia sugere consumo de serviços mais firme que o de bens no curto prazo.

O que observar a partir de agora

Acima de tudo, vale observar o efeito juros. A leitura de serviços mais forte, a princípio, reduz a urgência por afrouxamento monetário mais acelerado. No entanto, a trajetória de inflação continuará determinante para a curva de cortes.

Em segundo lugar, atente para o mix setorial. Se transportes seguir liderando, a atividade pode manter o viés positivo mesmo que outros ramos oscilem. Em outras palavras, acompanhar aéreo e cargas ajuda a calibrar o fôlego do setor.

Por fim, considere a ponte com o varejo. O recuo das vendas de bens pede cautela na leitura do PIB trimestral. Contudo, se serviços permanecerem no recorde e a indústria não piorar, o impacto no crescimento tende a ser moderado.