Brasil

PMI Industrial registra 48,3 pontos em julho, sinal de persistente contração

Atividade fabril permanece fraca com nova retração nos pedidos e produção

PMI Industrial
Linha de produção industrial registra sétimo mês consecutivo de contração, com PMI estagnado em 48,3 pontos e queda nas encomendas | Crédito: Reprodução

O Índice de Gerentes de Compras (PMI) da indústria de manufatura no Brasil, calculado pela S&P Global, manteve-se em 48,3 pontos em julho. Isso indica contração contínua da atividade fabril pelo sétimo mês consecutivo. Sem dúvida, confirma-se o pior ritmo desde meados de 2023.

Essa persistência abaixo da linha de 50 reflete uma queda acentuada nas novas encomendas. Acima de tudo, a esfera de exportações pressiona o volume total de vendas. Como resultado, as empresas reduziram produção, encargos de pessoal e recuaram nas compras de insumos e estoques para preservar caixa.

Apesar disso, os custos de insumos aumentaram apenas modestamente, ainda abaixo da média histórica. Além disso, os reajustes de preços ao consumidor final foram contidos, demonstrando ausência de pressão inflacionária significativa no setor industrial.

Em contrapartida, o ritmo de queda da produção se desacelerou ligeiramente. Isso sugere que algumas empresas já ajustam seus estoques e encomendas pendentes. Dessa forma, evitam cortes mais profundos nos níveis operacionais.

O resultado confirma que a indústria encerrou o segundo trimestre em retração. Por fim, sinaliza baixo dinamismo para a economia como um todo no segundo semestre de 2025.

Como os dados do PMI Industrial afetam os seus investimentos?

A continuidade da contração na indústria impacta negativamente empresas intensivas em capital. Por exemplo, siderurgia, autopeças, bens de capital e fornecedores de commodities. Investidores nessas áreas devem antecipar resultados inferiores ao esperado no curto prazo.

O desempenho fraco do PMI reforça a narrativa de crescimento moderado ou mesmo estagnado da economia brasileira. Em virtude de isso, limita-se o apetite por ações domésticas e reduz-se a atratividade de crédito corporativo. Isso pode direcionar investidores para setores mais defensivos, tais como varejo não-discricionário e utilities.

Mesmo com inflação sob controle no setor produtivo, a fraqueza econômica reduz a pressão para cortes na Selic no curto prazo. Por um lado, isso beneficia investidores em renda fixa com indexadores prefixados ou atrelados à inflação. Por outro lado, amplia o risco de queda em ações sensíveis ao crédito.

Em cenário de incerteza industrial, diversificar portfólio com ativos menos expostos ao ciclo manufatureiro é essencial. Nesse sentido, FIIs, títulos de crédito público e empresas exportadoras podem oferecer maior proteção e resiliência para investidores.