Dados do IPCA hoje, terça-feira (10), mostram que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,26% em maio, ante 0,43% em abril, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em base anual, o índice acumulado caiu de 5,53% em abril para 5,32% em maio. Ainda assim, permaneceu acima do teto da meta de inflação do Banco Central (3% ± 1,5 p.p.).
O recuo do IPCA em maio reflete a queda de 0,37% nos preços do grupo Transportes, impulsionada pela redução de 11,31% nas passagens aéreas e de 0,72% nos combustíveis. Além disso, a alta de 0,17% em Alimentação e Bebidas foi bem inferior aos 0,82% registrados em abril. O que contribui para o desempenho mais ameno do mês.
Em outras palavras, os dados do IPCA hoje ficaram abaixo da mediana de 0,33% projetada por economistas. Isso reforça o alívio momentâneo nas pressões de preços. No entanto, dois dos nove grupos pesquisados registraram alta, com habitação pressionada por reajuste da energia elétrica, que passou de –0,08% em abril para 3,62% em maio.
Por fim, o desempenho mais fraco do índice neste maio também foi o menor para o mês desde 2023, quando houve alta de 0,23%, e o resultado mais brando desde janeiro de 2025, com alta de 0,16%. Em virtude de um cenário de inflação arrefecida, os dados do IPCA alimentam a expectativa de que o Copom avalie com maior flexibilidade o caminho da taxa Selic na reunião de 17 e 18 de junho.
De acordo com analistas, o ajuste para baixo no IPCA de maio sinaliza que o pico inflacionário pode ter passado, mas o índice em 12 meses ainda exige atenção, pois segue acima de 5%, o que mantém o debate sobre juros aceso.
Como os dados do IPCA afetam o seu dia a dia
Em primeiro lugar, o IPCA mede a variação de preços de itens essenciais no orçamento familiar, como comida, transporte e moradia. Quando o índice acelera, o poder de compra diminui, pois cada real compra menos produtos e serviços.
Assim sendo, o reajuste de contratos atrelados ao IPCA — aluguéis, planos de saúde e tarifas públicas — passa a ser maior. Impactando o bolso de quem paga essas despesas.
Como resultado, em financiamentos e cartões, a inflação mais alta costuma levar o Banco Central a elevar a Selic. O que torna os juros de empréstimos e parcelas mais pesados.
No supermercado, por outro lado, a desaceleração nos preços de alimentos e bebidas significa que produtos básicos podem ficar mais próximos dos preços médios.
Em conclusão, saber que o IPCA desacelerou permite ao investidor ajustar a carteira, buscando ativos que rendam acima da inflação para preservar o patrimônio.