
Nesta quarta-feira (11), os dados do IPC dos EUA mostraram que a inflação avançou apenas 0,1% na comparação com abril. Ela ficou abaixo das projeções de 0,2%. No acumulado em 12 meses, o índice subiu 2,4%, contra 2,3% registrados no mês anterior. Permanecendo acima da meta implícita de 2% definida pelo Federal Reserve.
A inflação subjacente (“core CPI”), que exclui itens voláteis como alimentos e energia, também expandiu 0,1% em maio e 2,8% em doze meses. Isso indica que pressões de preços mais tradicionais seguem contidas. Esse ritmo de crescimento moderado do core CPI sugere que o Fed pode manter a taxa de juros estável nos próximos encontros.
Apesar de tarifas de importação implementadas recentemente por Washington, seu impacto sobre a inflação total ainda é diluído, com repasses tardios de custos às prateleiras dos varejistas. Com gasolina relativamente barata e estoques pré-tarifários ainda em circulação, os consumidores não sofreram aumentos drásticos nos preços de energia e vestuário.
No mercado financeiro, a reação foi imediata: os futuros de ações dos EUA recuaram, os rendimentos dos títulos do Tesouro caíram e o dólar registrou leve queda frente às principais moedas. Esses movimentos refletem a avaliação dos investidores de que a diminuição no ritmo de inflação amplia o espaço para manutenção ou cortes graduais na taxa básica pelo Fed.
Por fim, vale lembrar que a inflação anual ainda acima de 2,0% mantém o debate sobre o caminho da política monetária aquecido. Com dados amparando a estabilidade nas taxas, o Federal Open Market Committee (FOMC) deve ponderar entre apoiar o crescimento econômico e conter riscos de superaquecimento.
Como os dados do IPC afetam o real?
Quando o IPC dos EUA surpreende positivamente — indicando inflação mais branda — o dólar tende a enfraquecer, reduzindo a pressão de alta sobre o real. Assim, importações ficam mais baratas e a volatilidade cambial diminui, beneficiando empresas que dependem de insumos cotados em dólares.
Por outro lado, se a inflação americana se mantiver acima das expectativas, o Fed pode manter juros elevados. Isso atrai fluxos para o dólar e levando o real a se desvalorizar. Essa dinâmica afeta o custo de financiamentos em moeda estrangeira e o preço de produtos importados, pressionando a inflação local e o poder de compra dos brasileiros.