Em nova escalada, os Estados Unidos oficializaram hoje (30) a cobrança de sobretaxas. Uma tarifa adicional de 40% se soma à base de 10% já vigente, resultando na alíquota total de 50% sobre todas as importações brasileiras. A medida entrará em vigor a partir de 1º de agosto. No entanto, a decisão inclui exceções para certos bens. Além disso, foi justificada por alegações de práticas comerciais e políticas do Brasil consideradas injustas pelos EUA.
O governo americano atribuiu a medida à interpretação de que decisões judiciais brasileiras impactam empresas americanas. Em primeiro lugar, citam processos contra Bolsonaro. Em segundo lugar, mencionam medidas consideradas censórias. A base legal usada para o decreto foi o International Emergency Economic Powers Act (IEEPA). Sem dúvida, é a mesma fundamentação já adotada no “tarifaço” de abril.
Apesar da imposição generalizada, fontes indicam exceções para determinados setores. Por exemplo, produtos sensíveis a escassez doméstica nos EUA ou contratos governamentais críticos terão tratamento diferenciado. No entanto, não há lista completa divulgada publicamente. Além disso, o anúncio inclui investigação adicional sob a seção 301 da Trade Act sobre práticas digitais brasileiras.
A assinatura ocorre em meio à intensa crise bilateral iniciada em abril com tarifas iniciais de 10%. Em seguida, vieram retaliações brasileiras — incluindo legislação autorizando contramedidas comerciais. O Brasil, por sua vez, ainda avalia recorrer à OMC. Além disso, busca elaborar plano de contingência às empresas afetadas.
Impactos da sobretaxa no seu bolso
A medida afetará diretamente exportadores brasileiros em diversos segmentos. Não apenas café e suco de laranja, mas também carne e embarques tecnológicos sofrerão com a alta de tarifas. Como resultado, haverá perda de competitividade nos EUA. Já existem relatos preliminares de cancelamentos de negócios e reprecificação de contratos.
Em conjuntura macroeconômica, o dólar tende a seguir pressionado diante do cenário de aversão ao risco**. Por um lado, exportadores podem enfrentar queda de receitas em dólar. Por outro lado, setores domésticos serão afetados por retrabalho de cadeias logísticas e renegociação de contratos de longo prazo.
O governo brasileiro já esboçou medidas de apoio. Acima de tudo, prepara um pacote emergencial de crédito. Além disso, oferecerá linhas dedicadas a setores impactados, conforme anúncio do ministro da Fazenda Fernando Haddad. No entanto, não há previsão de isenções fiscais diretas. O Itaú alerta que a lei de reciprocidade poderá ser implementada — embora com cautela para não pressionar preços internos.
A diplomacia brasileira manifestou desacordo formal junto à OMC. Em suma, classificou o movimento como retaliação política inaceitável. O presidente Lula reafirmou que o Brasil não aceitará ingerências. Ainda assim, está aberto a negociações, mas sem ceder à chantagem comercial.