UE

Taxa de desemprego na zona do euro sobe para 6,3% em maio, elevando incertezas econômicas

Indicador marca leve deterioração no mercado laboral europeu e reforça cautela do BCE

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Zona do Euro / Taxa de Desemprego
Profissionais europeus enfrentam leve deterioração no mercado de trabalho com taxa de desemprego subindo para 6,3% em maio de 2025 | Crédito: Canva

O Eurostat informou que a taxa de desemprego da zona do euro atingiu 6,3% em maio de 2025, ante 6,2% no mês anterior. Apesar disso, o índice ainda permanece abaixo dos 6,4% registrados em maio de 2024. No entanto, este leve aumento sinaliza uma possível estagnação na empregabilidade. Em números absolutos, o bloco contabiliza 10,83 milhões de desempregados.

A Itália puxou esta elevação, com o desemprego saltando de 6,1% para aproximadamente 6,5%. Por outro lado, países como Espanha (10,8%) e França (7,1%) mantêm taxas elevadas. Em contrapartida, Alemanha (3,7%) e Holanda (3,8%) apresentam níveis historicamente baixos.

Economistas destacam a resiliência do mercado de trabalho europeu pós-pandemia. Sem dúvida, políticas de manutenção de emprego e o crescimento moderado da força de trabalho sustentam esta estabilidade. Ainda assim, o aumento nas incertezas fiscais e comerciais — principalmente envolvendo tarifas com os EUA — leva empresas a adotarem cautela nas contratações.

Apesar da leve alta, a taxa permanece próxima do recorde mínimo de 6,2% atingido recentemente. De acordo com relatórios do BCE, essa estabilidade pode se manter nos próximos trimestres, desde que o crescimento global não desacelere mais fortemente.

Como os dados da taxa de desemprego na zona do euro afeta o Brasil?

A estabilidade relativa do emprego na zona do euro sustenta o consumo europeu. Em virtude disso, alivia parte do impacto sobre exportações brasileiras, especialmente nos setores de agronegócio, alimentos e bens industriais.

Em contrapartida, o ligeiro aumento do desemprego europeu aponta riscos de desaceleração. Como resultado, pode refletir em queda da demanda por produtos brasileiros. Por isso, exportadores devem monitorar próximos releases a fim de antecipar possíveis retrações.

Sob a ótica monetária global, a persistente resiliência europeia sugere que o BCE mantém os cortes de juros contidos. Assim sendo, pode valorizar o euro frente ao real, afeta a competitividade das exportações e eleva o custo de capital externo.

No mercado financeiro, o patamar de desemprego europeu — estável mas com sinais de fragilidade — reforça o apelo por ativos emergentes como o Brasil. Isto é, desde que sinais externos permaneçam sob controle e não pressionem fluxo de capitais ou câmbio.