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PIB dos EUA cresce 3,0% no 2º trimestre e supera expectativas

Forte alta anualizada sinaliza recuperação, mas crescimento subjacente preocupa o Fed

PIB dos EUA / Donald Trump
Bandeiras dos Estados Unidos e Brasil ilustram crescimento econômico e as implicações para os mercados globais | Crédito: Reprodução

A economia americana registrou crescimento de 3,0% no segundo trimestre de 2025, segundo dados do PIB dos EUA. De acordo com estimativa preliminar do Departamento de Comércio divulgada hoje (30), o resultado superou a previsão média de 2,5%. Sem dúvida, isso representa uma recuperação significativa após a contração de 0,5% verificada no trimestre anterior.

Apesar disso, especialistas alertam que boa parte da expansão deve-se à queda acentuada nas importações — que caíram 30,3%. Em outras palavras, o crescimento não vem necessariamente do aumento do consumo ou investimento doméstico. O consumo cresceu modestos 1,4%, enquanto os investimentos fixos desaceleraram consideravelmente.

O Federal Reserve deve manter os juros estáveis por ora, conforme sinalizações de pausa reveladas na ata do FOMC. Por outro lado, o crescimento robusto gerado por distorções comerciais alimenta debate sobre a validade de cortes imediatos da taxa básica.

Os analistas recomendam acompanhar métricas específicas, tais como vendas finais a consumidores domésticos privados. Estas métricas excluem efeitos comerciais e estoques, a fim de mensurar a força real da economia americana. É importante destacar que este indicador subiu apenas 1,9% no trimestre, segundo a Atlanta Fed.

O resultado atual mantém o mercado em compasso de espera. Além disso, todos aguardam a divulgação dos indicadores de inflação e emprego previstos para os próximos dias — decisivos para as próximas decisões do Fed.

O que isso significa para o Brasil?

O crescimento de 3% desacoplado de fatores estruturais reduz a urgência por cortes de juros por parte do Federal Reserve no curto prazo. Como resultado, o dólar tende a se manter em patamares elevados, pressionando o real e impactando importadores brasileiros.

Para exportadores, o consumo moderado observável nos EUA pode limitar a demanda por produtos brasileiros. Ainda que o crescimento pareça sólido, a baixa penetração do consumo sugere que o mercado americano pode continuar cauteloso e restritivo.

Para investidores, o PIB reforça a necessidade de monitorar indicadores como inflação central (core PCE) e payrolls. Em conclusão, o cenário atual indica que a normalização monetária nos EUA pode ocorrer apenas no final do ano, com implicações diretas sobre juros futuros, câmbio e a atratividade dos mercados emergentes.