A agência Eurostat divulgou hoje (30) que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro cresceu 0,1% no segundo trimestre de 2025** comparado ao trimestre anterior. Este resultado supera a expectativa de crescimento zero. No entanto, sinaliza desaceleração significativa após alta de 0,6% no 1º trimestre. Na comparação anual, o PIB avançou 1,4%, levemente acima do consenso de 1,3%.
A desaceleração ocorreu principalmente por contrações na Alemanha e na Itália, onde o PIB recuou 0,1%. Em contrapartida, França (0,3%) e Espanha (0,7%) sustentaram o desempenho do bloco. Ainda assim, o crescimento anual permanece positivo, impulsionado pelo maior consumo e investimentos. Apesar disso, perde fôlego devido à queda da demanda externa.
Analistas apontam que o resultado reflete efeitos do novo acordo comercial com os EUA, que já impõe tarifas de 15% sobre produtos europeus. Como resultado, as exportações diminuíram e criaram incertezas para o planejamento empresarial. Isto é, o impacto estimado chega a 0,2 ponto percentual no crescimento anual.
Além disso, o quadro se agrava por investimentos empresariais contidos e consumidores cautelosos, em um ambiente onde a inflação desacelera mas ainda permanece elevada. A fim de estabelecer projeções, especialistas estimam que o crescimento anual da região fique em 0,9% em 2025, de acordo com projeções recentes da Comissão Europeia e do FMI.
Para o Banco Central Europeu (BCE), esses sinais de fraqueza econômica reduzem a urgência por novos cortes na taxa de juros. Em outras palavras, o BCE já reduziu os juros básicos para 2% e aguarda mais confirmação de recuperação antes de relaxar ainda mais a política monetária.
Como isso afeta investidores e exportadores?
O baixo crescimento da zona do euro reduz a força da demanda por produtos externos, afetando diretamente exportadores brasileiros que dependem de vendas ao bloco. Por isso, a desaceleração no poder de compra europeu pode forçar empresas a repensarem estratégias comerciais e redefinirem prazos de entrada em determinados mercados.
Além disso, a perspectiva de juros estáveis no BCE tende a manter o euro relativamente fortalecido. Por conseguinte, este fator encarece produtos com preços denominados na moeda europeia no Brasil e pode restringir margens de empresas exportadoras no segmento europeu.
Por fim, investidores devem monitorar o indicador como alerta de fraqueza global. Sem dúvida, um cenário de estagnação na economia europeia reforça a importância da diversificação e do acompanhamento de políticas monetárias, cambiais e perspectivas de crescimento em outras regiões.