O IPC da Zona do Euro divulgado hoje (1) registrou variação anual de 2,0% em julho. Este valor alinha-se tanto à meta do BCE quanto à leitura de junho. A inflação se mantém estável e, por isso, segura qualquer pressão de preços inesperada.
A inflação subjacente (core) exclui energia e alimentos e manteve-se em 2,3%. Ao mesmo tempo, os preços de serviços desaceleraram para 3,1%, atingindo seu nível mais baixo em mais de três anos. Este fato reflete menor pressão de custos no setor terciário.
Países como França e Itália apresentaram estabilidade, com inflação de 0,9% e 1,8%, respectivamente. Por outro lado, a Espanha registrou leve alta para 2,7%. No entanto, essa alta não foi suficiente para alterar a média da região.
O BCE mantém sua taxa básica em 2%, após realizar cortes desde o ano anterior. Sem dúvida, este formato de política monetária reflete confiança na tendência de desinflação moderada. Ainda assim, existe possibilidade de novos ajustes apenas em 2026 ou 2027, a menos que as expectativas de inflação se desancorem.
Apesar de riscos externos como tensões comerciais entre EUA e China, as pressões baixistas de energia contribuem para o controle de preços. Além disso, a valorização do euro também ajuda nesse controle. Bem como, o BCE permanece atento à possibilidade de importações mais baratas reduzirem a inflação nos próximos meses.
Como isso afeta os seus investimentos?
A estabilidade da inflação na Zona do Euro satisfaz o BCE e, dessa forma, reforça a manutenção da atual taxa de juros. Em outras palavras, isso proporciona previsibilidade sobre o custo do capital e a decisão de investimentos na região.
Investidores com exposição à dívida soberana europeia podem se beneficiar de rendimentos ainda atrativos de títulos bund. Isto é, especialmente com o cenário de juros estáveis. Em virtude de tal situação, ETFs de renda fixa da Eurozona ganham relevância como opções defensivas em portfólios globais.
Em renda variável, setores sensíveis à inflação (por exemplo, utilities e imobiliário) tendem a manter performance estável. Por outro lado, segmentos com forte dependência de crédito podem enfrentar leve pressão se os juros permanecerem moderados por mais tempo.
A valorização do euro sofre impacto pela inflexão da inflação e sinais de estabilidade. Como resultado, reduz os custos de importação e favorece investidores brasileiros com ativos na moeda local. No entanto, pode afetar exportadores europeus ao encarecer seus bens no exterior.