A Microsoft (MSFT34) divulgou ontem (30) os resultados do seu quarto trimestre fiscal. A empresa alcançou uma receita de US$ 76,4 bilhões, com crescimento de 18% ano a ano. Além disso, o lucro por ação (EPS) atingiu US$ 3,65, superando as expectativas de mercado (~US$ 3,37).
O segmento Intelligent Cloud, centro da estratégia da empresa, apresentou desempenho expressivo. A receita da Azure cresceu 39% ano a ano, com o faturamento anual ultrapassando US$ 75 bilhões. Sem dúvida, produtos de IA embutidos em Copilot e Edge impulsionaram significativamente estes resultados.
O lucro operacional avançou 22%, chegando a US$ 34,3 bilhões, enquanto o lucro líquido totalizou US$ 27,2 bilhões. A fim de expandir sua infraestrutura para IA, a Microsoft também anunciou US$ 30 bilhões em capex previstos para o próximo trimestre. Este investimento inclui novos data centers e contratação de talentos especializados.
Apesar do desempenho sólido da nuvem e IA, a divisão de gaming enfrentou desafios. Por um lado, o segmento de hardware Xbox teve queda de 29%. Por outro lado, conteúdo e serviços subiram modestos 2%, impulsionados pelo Game Pass e streaming crescente de jogos.
Como resultado, as ações da Microsoft subiram entre 7% e 9% no after‑hours, elevando sua valorização de mercado para cerca de US$ 4 trilhões. Segundo analistas, a empresa pode alcançar até US$ 5 trilhões nos próximos 18 meses.
Como os dados do balanço Microsoft impactam o Brasil?
A forte performance da Microsoft em nuvem e IA reforça a competitividade da empresa globalmente. Em virtude disso, parceiros e concorrentes no Brasil são diretamente afetados. Empresas brasileiras que usam Azure e ferramentas como Copilot devem se beneficiar de capacidades mais avançadas e maior escala de oferta.
Em contrapartida, a pressão por investimentos elevados em infraestrutura e talentos de IA pode elevar os custos de licenças e soluções cloud . Dessa forma, o preço final tende a impactar empresas brasileiras que dependem dessas plataformas.
O fortalecimento da Microsoft também intensifica a concorrência local e global no setor de tecnologia. Especialmente no mercado de serviços corporativos, players baseados no Brasil terão que elevar seu nível tecnológico a fim de disputar grandes contratos.
Além disso, o impacto cambial é indireto, mas relevante. Por um lado, o avanço da Microsoft e sua influência no cenário global podem valorizar empresas de tecnologia brasileiras listadas ou planejando IPOs. Por outro lado, investimentos estrangeiros em tech local podem atrair maior interesse de fundos focados em inovação.