O euro registrou sua maior queda desde maio, atingindo US$ 1,1626 na última segunda-feira (28). Isso ocorreu após a divulgação de dados econômicos fracos. Além disso, a assinatura de um acordo comercial entre Estados Unidos e União Europeia impôs tarifas de 15% sobre produtos europeus. A moeda europeia já acumula uma desvalorização de 1,7% na última semana, aproximando-se, assim, de sua mínima em seis meses.
Analistas atribuem a queda do euro à combinação de fatores. Em primeiro lugar, a desaceleração econômica na zona do euro preocupa investidores. Em segundo lugar, a incerteza sobre a política monetária do Banco Central Europeu (BCE) aumenta a volatilidade. O BCE manteve as taxas de juros inalteradas em 2% na última reunião, após um ano de cortes. Como resultado, o mercado agora precifica uma chance superior a 80% de nova redução até o fim do ano.
Impactos no mercado brasileiro
A desvalorização do euro frente ao dólar pode ter efeitos significativos sobre a economia brasileira. Isto é, exportadores que têm a Europa como destino enfrentam desafios imediatos. Com o euro mais fraco, os produtos brasileiros se tornam mais caros para os consumidores europeus, o que reduz a competitividade das exportações nacionais.
Além disso, a valorização do dólar tende a pressionar moedas de mercados emergentes, incluindo o real. Isso acontece porque ativos denominados em dólar tornam-se mais atraentes para investidores globais. Em virtude de tal cenário, podemos observar uma saída de capitais e aumento da volatilidade no mercado cambial brasileiro.
Por outro lado, empresas brasileiras que dependem de insumos importados da Europa podem se beneficiar da queda do euro, reduzindo seus custos de produção. No entanto, a instabilidade cambial e as incertezas no cenário internacional exigem cautela por parte de investidores e empresários.