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Dívida pública em níveis recordes preocupa mercados globais

Países como Reino Unido, Canadá e Alemanha enfrentam turbulência fiscal; investidores se retraem

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Dívida pública
Painéis eletrônicos mostram quedas acentuadas em bolsas internacionais enquanto investidores reagem à crescente dívida pública global | Crédito: SpaceMoney

O tema da dívida pública transformou-se em um dos principais vetores de volatilidade nos mercados globais. Não se trata mais de um problema isolado. Países desenvolvidos registram níveis de endividamento sem precedentes. Como resultado, a aversão ao risco aumenta e pressiona os juros de longo prazo.

Recentemente, a dívida global ultrapassou US$ 324 trilhões. Houve alta de US$ 7,5 trilhões no primeiro trimestre de 2025, impulsionada por China, França e Alemanha. Em virtude disso, a dívida pública dos mercados emergentes alcançou 245% do PIB, um recorde histórico.

No Reino Unido, os custos de financiamento disparam. Sem dúvida, déficits elevados e insatisfação crescente dos investidores pressionam os yields de longo prazo. Ao mesmo tempo, o Canadá e a Alemanha enfrentam dilemas fiscais herdados da pandemia. Esses países lutam para manter a sustentabilidade da dívida pública.

O que esses números indicam?

O elevado endividamento público aponta que governos podem enfrentar dificuldades em refinanciar suas obrigações. Isso acontece, principalmente, com a retirada de grandes compradores institucionais como bancos centrais e fundos de pensão. Por consequência, aumenta a dependência de investidores mais voláteis e exige yields maiores.

Especialistas alertam que a dívida pode atingir 117% do PIB global até 2027 em cenários adversos. Esse seria o nível mais alto desde a Segunda Guerra Mundial. Por causa disso, o risco de crises fiscais em várias economias desenvolvidas se amplia.

Além disso, mercados já incorporam esse risco adicional. Em outras palavras, países com polarização política elevada veem spreads de crédito mais amplos e maior volatilidade nos mercados de títulos soberanos. Acima de tudo, o enfraquecimento da demanda por dívida pública tradicional agrava ainda mais esse cenário.