Os mercados acionários globais registraram valorização expressiva nesta quinta-feira (7). A confirmação de um iminente encontro entre os presidentes Vladimir Putin e Donald Trump impulsionou os índices. Este será o primeiro encontro desde 2021.
Um assessor do Kremlin divulgou a notícia. Em virtude disso, investidores demonstram otimismo. Eles veem uma possível trégua na guerra da Ucrânia como gatilho para reduzir tensões geopolíticas e barreiras comerciais.
Na esteira do anúncio, grandes empresas turcas reagiram positivamente. ENKA İnşaat e Anadolu Efes registraram altas de até 5%. Esse movimento ocorre devido à expectativa de reativação de projetos em solo russo. Além disso, a retirada de interventores designados por decreto anterior também contribui para esse cenário.
O índice MOEX, da bolsa russa, saltou cerca de 5%. Sem dúvida, o mercado local já antecipa efeitos positivos da possível aproximação diplomática. Em contrapartida, o rublo se apreciou frente ao dólar, refletindo a retomada da confiança nos ativos russos.
Apesar do viés positivo, analistas internacionais destacam incertezas. A concretização do encontro ainda não está garantida. Além disso, o formato das negociações e a adesão de outros atores — como a Ucrânia ou a União Europeia — permanecem pontos de atenção.
Quais os impactos da reunião para o Brasil?
A espera por um acordo entre Rússia e EUA traz efeitos indiretos para o cenário econômico brasileiro. Por exemplo, uma trégua que estabilize os preços globais de energia tende a reduzir a inflação. Isso acontece porque os preços de gás e petróleo importados pressionam menos a economia.
O real pode ganhar fôlego caso o clima de risco político externalizado diminua. Em consequência disso, as exportações brasileiras seriam favorecidas. Produtos como soja e minério de ferro tornam-se mais competitivos sem a necessidade de depreciar o câmbio.
Por outro lado, setores acionários domésticos também podem se beneficiar. Empresas ligadas à infraestrutura ou à cadeia realocada com investimentos internacionais podem retomar projetos excluídos por sanções anteriores. Além disso, políticas geopolíticas adversas tendem a ser flexibilizadas.
Por fim, se o encontro resultar em avanços diplomáticos, o ambiente econômico global pode se firmar em patamar de juros mais baixos. Como resultado, ativos de crédito corporativo, serviços e consumo interno tornam-se mais atraentes no Brasil.