sexta, 03 de maio de 2024
Economia

Expectativa para alta da carteira de crédito em 2024 sobe para 8,5%, aponta Febraban

Crescimento é tanto na carteira livre, como na direcionada

02 janeiro 2024 - 12h00Por Redação SpaceMoney
FebrabanFebraban - Crédito: Divulgação

Para este ano de 2024, a projeção de crescimento da carteira de crédito total saiu de 8,3% para 8,5%, segundo a Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Febraban de dezembro.

De acordo com o levantamento, houve alta na expectativa tanto na carteira livre, como na direcionada. No caso da carteira livre, a projeção subiu de 8,2% para 8,4%, enquanto para a direcionada, avançou de 8,5% para 8,6%, ambas beneficiadas pela queda das taxas de juros e perspectiva de melhora dos índices de inadimplência, que devem levar a uma aceleração do crédito em 2024.

Por outro lado, houve uma nova redução na expectativa de crescimento da carteira total em 2023, que passou de 7,4% (edição de novembro) para 6,9%, com revisão para baixo concentrada na carteira livre pessoa física.

“O mercado de crédito registrou uma desaceleração razoável em 2023, movimento esperado diante da política monetária contracionista, aumento da inadimplência e eventos negativos no setor corporativo no início do ano. Ainda assim, deve terminar o ano com uma expansão nominal próxima a 7%, analisa Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.

"O mais importante, contudo, é que as expectativas são mais positivas para 2024, quando o crédito deve voltar a acelerar, crescendo acima de 8%, sustentado pelo movimento de queda da taxa de juros e melhora dos índices de inadimplência, que devem beneficiar especialmente o crédito com recursos livres, mais sensível ao ciclo econômico”, complementa Sardenberg.

Em relação à taxa de inadimplência da carteira livre, a pesquisa capturou estabilidade na projeção tanto para 2023 como para 2024. Para 2023, a projeção é de 4,9% da carteira, o que corresponde ao nível atual do indicador (dado de outubro do Banco Central), reforçando a tese de que a trajetória de alta da inadimplência chegou ao fim (mesmo que ainda com alguma divergência entre os segmentos pessoa física e pessoa jurídica).

Em 2024, a projeção permaneceu em 4,6% ao final do ano, o que significaria alguma queda ante 2023.

Selic

Em relação à taxa Selic, o levantamento mostrou que a grande maioria (88,9%) dos participantes julgou como adequada a sinalização do Copom de cortes de 0,50 ponto percentual da Selic nas próximas reuniões, uma vez que não foram observadas alterações relevantes no cenário que justifiquem uma intensificação no ritmo de flexibilização monetária.

Deste modo, a mediana para a taxa Selic coletada na pesquisa mostra cortes de 0,50 ponto percentual ao longo do 1º semestre de 2024, com redução para 0,25 ponto percentual a partir do 2º semestre.

Também ganhou força a perspectiva de que a taxa Selic encerrará 2024 abaixo de 9,25% ao ano (projeção mediana do Focus na data da realização da pesquisa). Agora, 55,6% dos entrevistados projetam que a taxa ficará abaixo de tal nível até o fim do ano, ante 41,2% dos participantes na pesquisa anterior (realizada em novembro).

 

Câmbio

Em relação à taxa de câmbio, é aguardada alguma desvalorização do real até meados de 2024, voltando ao patamar de R$/US$ $ 5,00.

 

Atividade econômica

Em relação à atividade econômica, a maioria (61,1%) segue acreditando que o PIB deve crescer por volta de 1,5% em 2024, conforme o boletim Focus. Porém, projeções começam a mostrar maior dispersão, embora mantendo o viés de alta, com 33,3% dos participantes apostando em crescimento superior ao consenso.

 

Inflação

Metade dos participantes projeta que a inflação tende a seguir em desaceleração, em meio à manutenção da política monetária em nível contracionista, levando o IPCA a fechar 2024 abaixo de 4,0%.
 

Cenário internacional

Já no cenário internacional, 72,2% dos entrevistados aguardam que o processo de cortes dos juros nos EUA comece no 2º trimestre (reuniões de maio ou junho), um pouco mais tarde do que o precificado atualmente no mercado (reunião de março).