Acordo

EUA e China se aproximam de uma trégua com novo acordo

Representantes de Washington e Pequim concordam em reduzir tarifas e resolver impasse sobre minerais estratégicos

EUA e China / Trump e Xi
Suspensão recíproca de tarifas e acordo sobre minerais estratégicos marca aproximação entre as duas maiores economias do mundo em negociação histórica | Crédito: Reprodução

Na noite da última terça-feira (10), representantes dos governos de EUA e China anunciaram um acordo-quadro que prevê a suspensão recíproca de tarifas por 90 dias. Ele reduziria alíquotas de 34% para 10% de cada lado e criando um mecanismo de diálogo para uma solução de longo prazo.

O Bureau of Economic Affairs chinês, por meio do vice-ministro Li Chenggang, confirmou que a estrutura foi negociada em Londres após conversas iniciadas em Genebra. O mesmo amarrou os pontos acordados numa ligação em 5 de junho entre os presidentes Trump e Xi Jinping.

Segundo o secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, o acordo também aborda restrições a minerais de terras raras e ímãs. isso criará uma linha de ação conjunta para garantir o abastecimento estável desses insumos críticos para a indústria de tecnologia.

A reação dos mercados foi imediata: as bolsas asiáticas subiram, com o Hang Seng de Hong Kong avançando 0,8%. Por outro lado, o petróleo recuou levemente na esteira da redução de incertezas comerciais.

Analistas destacam, porém, que o acordo é temporário e depende da aprovação do presidente Trump. Ele deve revisar o texto nas próximas semanas, antes que as equipes executem o plano de implementação e verifiquem o cumprimento das metas estabelecidas.

Como o acordo impacta o Brasil?

A diminuição das tensões entre EUA e China tende a reduzir a volatilidade no câmbio, aliviando a pressão de alta sobre o real. Tendo em vista que o dólar pode enfraquecer com o afrouxamento das barreiras comerciais e a retomada de fluxos de capitais.

Além disso, exportadores brasileiros de commodities, como minério de ferro e soja, podem se beneficiar indiretamente, pois menores tarifas chinesas elevam a demanda por insumos. Enquanto isso, o país aproveita concorrência por parte dos EUA para realinhar suas vendas ao maior importador mundial.