
Na terça-feira (02), o dólar comercial fechou com variação de 0,4%, valendo R$5,4687, após ter começado o dia cotado a R$5,4444.
O dólar iniciou esta quarta-feira (03) cotado a R$5,4708.
Acompanhe nossa análise diária.
Confira a cotação do dólar em tempo real
Agenda de hoje – quarta, 03 de setembro de 2025
Exterior
- 04h55 – Alemanha – Índice PMI composto (ago)
- 05h00 – Zona do Euro – Índice PMI composto (ago)
- 05h30 – Reino Unido – Índice PMI composto (ago)
- 06h00 – Zona do Euro – Índice de preços ao produtor (jul)
- 11h00 – EUA – Relatório de abertura de vagas Jolts (jul)
- 11h00 – EUA – Encomendas à indústria (jul)
- 15h00 – EUA – Livro Bege
Brasil
- 09h00 – IBGE: Produção industrial (jul)
- 10h00 – S&P Global: Índice PMI composto (ago)
- 10h00 – S&P Global: Índice PMI de serviços (ago)
- 11h30 – BC: oferta de até 40 mil contratos de swap cambial (US$ 2 bilhões), em rolagem
- 14h30 – BC: Índice de commodities IC Br (ago)
- 14h30 – BC: Fluxo cambial (semanal)
Desempenho das moedas na sessão anterior
Na terça (02), o dólar comercial (compra) fechou em alta de 0,65%, cotado a R$5,4736, após ter começado o dia cotado a R$5,4384.
O que influencia o dólar hoje?
A agenda doméstica traz atenção à produção industrial de julho, com projeções de leve queda após a alta no mês anterior. O dado é visto como termômetro importante da atividade no início do terceiro trimestre, em um contexto de crédito caro e confiança empresarial fraca.
Outro destaque é a atuação do Tesouro Nacional, com leilão de NTN-B. E captações internacionais, como as que devem ser feitas pela Petrobras, depois das emissões do Tesouro. As operações fortalecem o caixa e diversificam a base de credores.
Lá fora, os mercados acompanham a escalada dos juros de Treasuries, Gilts e JGBs, enquanto os PMIs europeus revisados reforçam sinais de estagnação. Para o Brasil, os dados do PIB fraco no 2º trimestre mostram perda de ritmo da economia.
Produção industrial no Brasil
As projeções para julho indicam queda, revertendo a alta do mês anterior. O dado sugere perda de fôlego no início do 3º trimestre.
A fraqueza parece concentrada em bens de consumo e bens de capital, com estoques altos e crédito caro. Intermediários mostram dinâmica mista.
Se confirmada, a retração reforça um 2º semestre mais fraco. A leitura limita espaço para cortes adicionais de juros e mantém o viés defensivo nos ativos locais.
Emissão da Petrobras no mercado internacional
O destaque corporativo do dia é a emissão internacional da Petrobras, aproveitando a demanda externa e o bom momento das commodities. A estatal busca alongar prazos e reduzir custos de captação, reforçando sua posição de caixa.
Paralelamente, o Tesouro Nacional concluiu ontem a emissão soberana em dólares, operação que fortalece as reservas de liquidez e diversifica a base de credores do Brasil. A combinação de títulos corporativos e soberanos no mercado externo amplia o leque de opções de financiamento.
Esses movimentos mostram como empresas e governo buscam se antecipar a um ambiente global de juros ainda altos. Ao mesmo tempo, sinalizam confiança dos investidores na solvência brasileira e na resiliência de grandes companhias como a Petrobras.
Juros soberanos nos EUA, Reino Unido e Japão explodem
O rendimento do Gilt britânico de 30 anos atingiu 5,736%, maior nível desde 1998, refletindo preocupações fiscais. Já o JGB japonês alcançou 3,292%, máxima histórica, reforçando a percepção de que o Japão pode estar diante de uma mudança estrutural.
Nos EUA, os Treasuries seguem pressionados, em meio à expectativa de manutenção de juros elevados por mais tempo, após dados mistos de emprego e atividade. Esse cenário eleva o custo global de financiamento.
O movimento conjunto indica um ambiente internacional mais restritivo, que pode gerar realocação de fluxos e pressionar mercados emergentes, inclusive o Brasil.
Números definitivos dos PMIs de agosto
Os PMIs da Zona do Euro, Alemanha e Reino Unido passaram por revisão, mostrando um quadro de atividade ainda moderada. Embora alguns setores tenham surpreendido positivamente, a leitura geral reforça sinais de desaceleração.
Na Alemanha, o setor industrial segue pressionado pela queda nas exportações e pela fraqueza da demanda interna. O Reino Unido enfrenta desafios semelhantes, com serviços mais resilientes, mas manufatura em retração.
Esses números reduzem a expectativa de crescimento robusto na Europa, limitando a margem de manobra do BCE e do BoE em suas decisões de juros.
Emissão de NTN-B pelo Tesouro Nacional
O Tesouro Nacional realiza hoje emissão extraordinária de NTN-B, títulos indexados ao IPCA. A operação acontece em meio a um ambiente de incerteza fiscal e busca atender à forte demanda por papéis atrelados à inflação.
Esse tipo de leilão é interpretado como sinal de gestão ativa da dívida pública, oferecendo ao investidor proteção real em um cenário de prêmio elevado na curva de juros. O movimento ajuda a calibrar expectativas e dar liquidez ao mercado secundário.
Por outro lado, a necessidade de recorrer a leilões extraordinários também reflete a sensibilidade do Tesouro diante das condições de financiamento. A forma como os investidores absorverem essa emissão será observada como termômetro da confiança no equilíbrio fiscal do país.