Na quinta-feira (16), o dólar comercial fechou com variação de -0,2%, valendo R$5,4461, após ter começado o dia cotado a R$5,4547.
O dólar iniciou esta sexta-feira (17) cotado a R$5,4460.
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Agenda de hoje – sexta, 17 de outubro de 2025
Exterior
- 06h00 – Zona do Euro – Índice de preços ao consumidor (set)
- 06h30 – Reino Unido – Economista-chefe do BoE, Huw Pill discursa na Conferência Anual de Wales
- 13h15 – EUA – Presidente do Fed de St. Louis, Alberto Musalem (FOMC) participa de painel em evento do IIF
- Dia todo – EUA – Reuniões anuais do FMI e Banco Mundial
Brasil
- 05h00 – Fipe: Índice de preços ao consumidor (semanal)
- 08h00 – FGV: IGP-10 (out)
- 08h00 – FGV: Índice de preços ao consumidor Capitais (semanal)
- 11h30 – Bacen: oferta de até 40 mil contratos de swap cambial (US$2 bilhões), em rolagem
Desempenho das moedas na sessão anterior
Na quinta (16), o dólar comercial (compra) fechou com variação de -0,4%, cotado a R$5,4420, após ter começado o dia cotado a R$5,4439.
O que influencia o dólar hoje?
Os mercados globais encerram a semana sob forte aversão ao risco, com quedas nas bolsas dos Estados Unidos, Europa e Ásia. O aumento das incertezas financeiras decorre tanto da liquidação de ativos bancários quanto das dúvidas sobre o futuro da política monetária norte-americana.
As declarações recentes de dirigentes do Federal Reserve alimentam expectativas sobre novos cortes de juros e reacendem a volatilidade nos títulos do Tesouro americano. Paralelamente, as tensões geopolíticas continuam a impactar o sentimento dos investidores.
No Brasil, a instabilidade externa se soma à queda dos preços do petróleo e do minério de ferro, pressionando o desempenho do Ibovespa e do real em relação às demais moedas. As preocupações com crédito, inflação e recomposição fiscal também influenciam as projeções para o final do ano.
Commodities minerais em queda
As commodities, particularmente o petróleo e o minério de ferro, voltaram a apresentar quedas significativas, impactando diretamente empresas exportadoras brasileiras como Petrobras e Vale. Esse movimento pressiona o Ibovespa, refletindo a sensibilidade do mercado doméstico aos preços internacionais.
No caso do petróleo, as incertezas sobre o equilíbrio entre oferta e demanda global seguem determinando a trajetória dos preços. Já o minério de ferro enfrenta volatilidade associada à desaceleração da economia chinesa, principal compradora mundial do insumo.
A correlação entre o desempenho das commodities e a balança comercial brasileira continua sendo um ponto central para o crescimento do país, influenciando diretamente as receitas fiscais e o comportamento do câmbio.
IGP-10 vem abaixo do previsto
O Índice Geral de Preços (IGP-10) registrou alta abaixo das previsões, sinalizando a continuidade do processo de desinflação no país. A elevação, mais branda que o esperado, reflete nova deflação dos preços aos produtores (-0,04%).
Com isso, a inflação de serviços segue em desaceleração, o que sustenta a expectativa de convergência gradual para a meta ao longo dos próximos meses. A desaceleração dos preços agrícolas também contribui para essa tendência.
Embora existam sinais pontuais de inflação de custos nos últimos meses, a inflação ao consumidor segue trajetória benigna, aliviando pressões por mais juros. Ainda assim, o ambiente de incerteza internacional exige cautela na condução da política econômica e nas decisões de investimento.
Perdas dos bancos regionais nos EUA ligam sinal de alerta
A aversão ao risco global se intensificou diante das perdas em bancos regionais norte-americanos e do aumento das preocupações com a liquidez internacional. O mercado teme que novos episódios de instabilidade financeira possam gerar efeitos em cadeia sobre o sistema bancário.
O aumento das incertezas levou os investidores a buscar refúgio em ativos considerados seguros, como o ouro, resultando em valorização recorde desse ativo, em uma clara sinalização de que o mercado financeiro está cada vez mais avesso ao risco.
Além disso, as incertezas fiscais nos Estados Unidos e a indefinição sobre o ritmo de cortes de juros aumentam a volatilidade nos mercados de títulos, especialmente nos Treasuries de longo prazo.
Há risco global?
Os episódios de instabilidade em bancos norte-americanos reacenderam a preocupação com o sistema de crédito global. A liquidez tornou-se um bem escasso, especialmente em países emergentes, elevando o custo de captação para empresas e governos.
No Brasil, a reprecificação do risco e o encarecimento das debêntures corporativas têm limitado o acesso das companhias a novas emissões. O mercado prioriza emissores de maior solidez financeira e operações com garantias mais robustas.
Essas condições reforçam o papel das instituições públicas de crédito, como BNDES e bancos regionais, na sustentação de projetos de investimento e infraestrutura, essenciais para o crescimento econômico.
Próximos passos da política monetária
O Federal Reserve entra em um período de decisão crítica, avaliando se manterá o ciclo de cortes de juros em meio a sinais mistos da economia norte-americana. A incerteza sobre a trajetória da inflação ainda pesa nas projeções do mercado. No entanto, está praticamente claro que um corte de 25 pontos base virá na reunião deste mês.
No Brasil, a política monetária segue atenta aos desdobramentos internacionais. O Banco Central avalia que o diferencial de juros entre Brasil e EUA será um fator determinante para o comportamento do câmbio e para o fluxo de capitais estrangeiros.
A perspectiva de manutenção da Selic em níveis elevados por mais tempo reflete a prudência da autoridade monetária diante da persistência de pressões inflacionárias e do aumento dos preços administrados.