Na quarta-feira (08), o dólar comercial fechou com variação de -0,3%, valendo R$5,3363, após ter começado o dia cotado a R$5,3500.
O dólar iniciou esta quinta-feira (09) cotado a R$5,3360.
Acompanhe nossa análise diária.
Confira a cotação do dólar em tempo real
Agenda de hoje – quinta, 09 de outubro de 2025
Exterior
- 09h30 – EUA – Novos pedidos de seguro-desemprego (semanal)*
- 11h00 – EUA – Estoques no atacado (ago)*
Brasil
- 05h00 – Fipe: Índice de preços ao consumidor (semanal)
- 08h00 – FGV: Índice de preços ao consumidor Capitais (semanal)
- 09h00 – IBGE: IPCA (set)
- 11h30 – BC: oferta de até 40 mil contratos de swap cambial (US$2 bilhões), em rolagem
Desempenho das moedas na sessão anterior
Na quarta (08), o dólar comercial (compra) fechou com variação de -0,1%, cotado a R$5,3435, após ter começado o dia cotado a R$5,3500.
O que influencia o dólar hoje?
O dia começa com atenção voltada ao IPCA de setembro, principal dado econômico da semana. A rejeição da MP do IOF muda o tom político e fiscal, com impacto direto na percepção de governabilidade.
Lá fora, a paralisia do governo dos EUA completa nove dias e segue limitando a divulgação de dados oficiais. A aversão ao risco se mantém contida, mas o mercado monitora o humor global após sinais mistos vindos de Wall Street e da Europa.
A expectativa é de dia volátil, com oscilações moderadas e foco dividido entre política monetária, agenda fiscal e o comportamento das commodities.
Aceleração transitória do IPCA em setembro
O IPCA de setembro é o destaque local e deve confirmar a tendência de desinflação gradual. O consenso de mercado aponta para uma variação próxima de 0,52%, após o fim do chamado bônus de Itaipu.
Mesmo com pressões pontuais em energia, o cenário inflacionário segue relativamente benigno. O controle de preços no atacado sustenta a percepção de que o ciclo de desinflação permanece intacto.
Embora existam sinais de desaceleração dos preços e da atividade econômica, os diretores do Banco Central não tem aberto qualquer possibilidade de redução de juros este ano.
No campo fiscal a situação é problemática
A retirada da MP 1303 foi lida pelo mercado como uma derrota significativa para o governo. Além de afetar a arrecadação, o episódio expôs a dificuldade de coordenação política em um Congresso cada vez mais autônomo.
Do ponto de vista econômico, a decisão reduz pressões imediatas sobre o crédito e o setor financeiro, mas amplia a percepção de fragilidade fiscal e de risco político.
O ministro Fernando Haddad tenta minimizar o impacto, reforçando o compromisso com as metas de resultado primário, mas o recado é claro: a base aliada cobra mais previsibilidade e menor improviso nas medidas econômicas.
O impasse no Federal Reserve
Nos EUA, a ata do Fed revelou divergência entre dirigentes sobre o ritmo dos cortes de juros, dividindo o mercado. A aposta majoritária ainda é por uma redução de 0,50 p.p. até dezembro, mas o tom dos discursos recentes indica prudência.
O impasse reflete o equilíbrio delicado entre inflação resiliente e sinais de desaquecimento no mercado de trabalho, o que torna a trajetória da política monetária mais incerta.
Para emergentes como o Brasil, a postura do Fed tem impacto direto: juros mais altos por mais tempo sustentam o dólar e elevam o prêmio exigido nos títulos locais. No entanto, ainda que não se tenham os números do mercado de trabalho em setembro, a expectativa é de mais desaceleração, abrindo espaço para novos cortes de juros pelo Fed.
Minério de ferro e a força dos emergentes
Apesar das incertezas, o mercado encontrou alívio na alta do minério de ferro, impulsionada por estímulos pontuais da China e expectativa de retomada industrial. A valorização da commodity pode ajudar a conter perdas na B3.
A reação das ações ligadas ao setor minerador pode compensar parcialmente a fraqueza do petróleo e o tom político mais tenso em Brasília.
No entanto, é cedo para determinar se os elementos econômicos serão capazes de suplantar uma eventual volatilidade trazida pelo aumento relativo dos riscos fiscais.
Impactos esperados no mercado de câmbio
A moeda brasileira opera em compasso de espera, refletindo o ambiente externo ainda incerto, a volatilidade dos Treasuries e a situação fiscal doméstica.
O avanço das taxas de longo prazo nos Estados Unidos pressiona os ativos de risco, mas o diferencial de juros segue favorecendo o Brasil frente a outros emergentes. Ainda assim, o movimento recente de alta dos rendimentos dos T-bonds tem limitado o fluxo para moedas como o real, que enfrenta resistência para firmar trajetória de apreciação.
Na bolsa, o EWZ — principal ETF brasileiro negociado em Nova York — opera próximo da estabilidade, refletindo o equilíbrio entre a valorização do minério de ferro e o impacto político da rejeição da MP do IOF. O mercado local permanece sensível às expectativas fiscais e à percepção de que o governo enfrenta dificuldades crescentes para preservar o ajuste num cenário de ruído político elevado.