Quinta-feira (31)

Dólar hoje: tarifas de Trump, Copom, FOMC e PCE

Mercado monitora tarifas de 50% impostas pelo governo Trump sobre produtos brasileiros, enquanto aguarda dados de inflação e emprego nos EUA

Dólar hoje
Dólar opera estável após oficialização de tarifas por Trump e manutenção da Selic pelo Copom, com mercado atento ao PCE americano | Crédito: Pexels

Na última quarta-feira (30), o dólar comercial fechou com variação de -0,1%. A moeda americana alcançou R$5,5695, após iniciar o dia cotado a R$5,5744.

O dólar inicia esta quinta-feira (31) cotado a R$5,5695.

Acompanhe nossa análise diária a seguir.

💸 Confira a cotação do dólar em tempo real

Agenda de hoje – quinta, 31 de julho de 2025

Exterior

  • 06h00 – Zona do Euro – Taxa de Desemprego
  • 09h30 – EUA – Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego (semanal)
  • 09h30 – EUA – Índice de Preços PCE (jun)

Brasil

  • 08h30 – Bacen: Dívida Bruta/PIB (jun)
  • 09h00 – IBGE: Taxa de desemprego (jun)

Desempenho das moedas na sessão anterior

Na última quarta (30), o dólar comercial (compra) fechou com alta de 0,4%. A moeda foi cotada a R$5,5830, após iniciar o dia a R$5,5900.

O que influencia o dólar hoje?

O dólar hoje opera com atenção redobrada após a oficialização das tarifas de 50% por Trump sobre produtos brasileiros. Em virtude disso, a tensão comercial aumenta e pressiona o câmbio em dia de agenda carregada.

Além disso, o mercado monitora com lupa os dados de inflação e emprego nos EUA. Esses indicadores podem ajustar as expectativas para os juros americanos. Sem dúvida, o índice PCE é o destaque desta quinta-feira.

A manutenção de juros nos EUA ontem já era esperada pelo mercado.

No Brasil, o Copom interrompeu o ciclo de alta da Selic. A decisão cita cautela com o cenário internacional e as incertezas fiscais internas.

A seguir, veja os principais destaques do dia e como cada fator pode influenciar o comportamento do dólar.

EUA oficializam tarifa de 50% para importações brasileiras

Donald Trump oficializou nesta quarta-feira (30) tarifas de 50% sobre uma ampla gama de produtos brasileiros. Por outro lado, o decreto exclui itens como suco de laranja, petróleo e aviões comerciais.

A medida preocupa entidades industriais. A Abiplast, por exemplo, estima perdas de até US$2 bilhões nas exportações do setor de plásticos.

A Firjan aponta impacto direto na pauta exportadora do Rio. Cerca de 60% das empresas preveem queda na receita e 42% avaliam risco de demissões.

Já a Amcham Brasil alerta que a medida pode comprometer a segurança jurídica. Além disso, pode enfraquecer as relações comerciais entre Brasil e EUA.

O tarifaço amplia o risco fiscal e diplomático. Como resultado, influencia negativamente o real e reforça o sentimento de aversão ao risco no mercado local.

Inflação e pedidos de auxílio-desemprego nos EUA

Nos EUA, os mercados aguardam a divulgação do índice PCE. Este é o principal termômetro de inflação usado pelo Fed. A expectativa é de alta mensal de 0,3%.

Além disso, serão divulgados os pedidos semanais de auxílio-desemprego. A projeção indica 222 mil solicitações. Esses dados ajudarão a calibrar apostas sobre cortes de juros.

Se a inflação vier acima do esperado, o Fed poderá manter juros elevados por mais tempo. Dessa forma, favorecerá o dólar globalmente.

Por outro lado, sinais de arrefecimento na atividade ou no emprego podem reforçar a possibilidade de corte ainda neste ano.

A manutenção dos juros americanos na faixa de 4,25% e 4,50% confirmada ontem já era esperada.

Copom mantém Selic em 15% e adota tom mais cauteloso

O Copom manteve a taxa Selic em 15% ao ano. Dessa maneira, interrompeu o ciclo de aperto monetário iniciado em 2023. A decisão foi unânime e alinhada ao consenso de mercado.

A justificativa inclui a elevação dos riscos externos, como o aumento das tarifas dos EUA. Além disso, considera o ambiente fiscal doméstico, ainda incerto e pressionado.

O comunicado reforça que os juros devem continuar nesse patamar. Isso acontecerá até que os efeitos das últimas altas sejam completamente absorvidos.

Com a decisão, o Brasil segue com o segundo maior juro real do mundo. Em princípio, isso deveria sustentar o real. No entanto, perde força diante da piora no ambiente externo.

Agenda do dia: dados fiscais e desemprego no Brasil

No Brasil, o mercado acompanha nesta manhã o resultado primário do setor público de junho. Há expectativa de déficit após resultados fracos nas contas do governo.

Também será divulgada a taxa de desemprego pelo IBGE. O mercado espera leve recuo para 6%. Isso sinalizaria resiliência do mercado de trabalho.

Os dados ajudarão a compor a avaliação sobre o ritmo da economia no segundo semestre. Por fim, isso impactará os juros futuros e, consequentemente, o câmbio.