Na quinta-feira (02), o dólar comercial fechou com variação de 0,17%%, valendo R$5,3386, após ter começado o dia cotado a R$5,3297.
O dólar iniciou esta sexta-feira (03) cotado a R$5,3386.
Acompanhe nossa análise diária.
Confira a cotação do dólar em tempo real
Agenda de hoje – sexta, 04 de outubro de 2025
Exterior
- 05h00 – Zona do Euro – PMI do setor de serviços (set)
06h00 – Zona do Euro – IPP (ago) - 10h45 – EUA – PMI do setor de serviços (set)
Brasil
- 09h00 – IBGE: Produção Industrial Mensal (ago)
- 10h 00 – PMI do setor de serviços (set)
Desempenho das moedas na sessão anterior
Na quinta (02), o dólar comercial (compra) fechou com variação de 0,18%, cotado a R$5,3388, após ter começado o dia cotado a R$5,3279.
O que influencia o dólar hoje?
O prosseguimento do shutdown nos Estados Unidos deve continuar influenciando os mercados. No front doméstico, a expectativa é pelos dados da produção industrial.
No Brasil após a aprovação da isenção do IR, a expectativa do mercado reside em como essa pauta vai evoluir no Senado. Há ainda certa ansiedade nos agentes do mercado sobre a eventual reunião entre Lula e Trump.
Importante também mencionar que a não publicação dos dados de pedidos iniciais de seguro desemprego nos EUA deixa o investidor sem uma bússola confiável no mercado de trabalho, o que pode refletir nos próximos passos da política monetária norte-americana..
Shutdown persiste, aumentando as incertezas
A persistência do shutdown nos Estados Unidos adicionou mais um ingrediente de incerteza sobre a economia do país. A paralisação parcial dos serviços públicos reflete-se na divulgação de dados econômicos relevantes para a execução de políticas públicas.
O país, que desde a posse de Trump, vem convivendo com incertezas crescentes – tentativa de intervenção no Banco Central e em órgãos econômicos, tarifaço e elevação da dívida pública – tem impulsionado a desvalorização do dólar no mercado internacional.
A persistência do impasse no Congresso para a aprovação do orçamento poderá prejudicar a divulgação de dados econômicos que servem, dentre outras coisas, como bússola do Banco Central (FED) para a execução da política monetária.
Economia dos EUA deve manter-se aquecida
O PMI de serviços dos EUA deverá continuar no terreno expansivo (acima de 50 pontos) embora possa apresentar desaceleração na comparação mensal. O indicador deve confirmar que a economia do país segue uma trajetória de crescimento.
A economia do país relatou crescimento de 3,8% no segundo trimestre, para dados anualizados, número acima do esperado. A atividade econômica recuperou após a contração observada no primeiro trimestre quando os importadores anteciparam-se às tarifas impostas por Trump.
Conforme o Federal Reserve de Atlanta, o PIB deverá manter crescimento robusto no terceiro trimestre, afastando, pelo menos momentaneamente, o risco de uma recessão, mesmo com uma piora marginal no mercado de trabalho.
Economia europeia em uma encruzilhada
Os dados econômicos recentes na Zona do Euro colocam o Banco Central Europeu (BCE) em uma encruzilhada: alguns dados sugerem uma desaceleração da atividade econômica, enquanto outros indicam pressões inflacionárias.
A recente divulgação de aceleração da taxa de desemprego (de 6,2% para 6,3%) e os dados do IPP que apresentaram deflação acima do previsto, sugerem o enfraquecimento da atividade econômica no bloco e poderia ser motivo para uma eventual redução na taxa de juros.
Por outro lado, os dados de inflação ao consumidor atingiram o ponto mais alto dos últimos 5 meses (2,2%) e o núcleo da inflação atingiu 2,3%. Esses dados dificultam a reversão da atual política de juros na região e o Banco Central deverá manter uma postura cautelosa com relação a isso.
Produção industrial no Brasil surpreende
A Produção Industrial Mensal surpreendeu ao crescer acima do que o mercado estava prevendo (+0,3%). A expansão de 0,8% reverteu quatro meses consecutivos de queda, indicando um crescimento de 0,9% no acumulado do ano e de 1,6% em doze meses.
A recuperação da indústria foi bastante disseminada, sendo que 16 das 25 atividades apresentaram crescimento na passagem de julho para agosto. Os destaques foram o setor farmoquímico, petroquímico e a indústria de alimentos.
Mesmo em um ambiente macroeconômico adverso, com taxas de juros em patamares elevados, a indústria mostra resiliência, mas com os dados do PMI Industrial de Setembro apontando contração, essa recuperação pode ter fôlego curto.
PMI Composto do Brasil indica desaceleração
O PMI Composto para o Brasil apresentou desaceleração na medição de setembro comparado ao observado em agosto. O indicador, que já estava no terreno contracionista (abaixo de 50 pontos), acelerou a contração.
Os dados divulgados podem se somar a outros indicadores que indicam uma desaceleração da atividade econômica no país no terceiro trimestre. A acomodação no mercado de trabalho também pode ser reflexo dessa desaceleração.
Embora a economia esteja apresentando essa desaceleração no terceiro trimestre, reflexo dentre outras coisas do elevado patamar da taxa de juros, a atividade econômica deve finalizar o ano com crescimento na comparação anual.