O dólar hoje opera em leve alta, refletindo a combinação de alívio geopolítico com a trégua entre Irã e Israel e declarações mais suaves de Powell no Congresso americano.
Apesar do cessar-fogo, no entanto, os mercados seguem atentos ao risco de retaliação e ao impacto das tarifas americanas, que voltam à pauta nas próximas semanas.
No Brasil, por outro lado, o foco se volta ao avanço no Congresso sobre o projeto que pode revogar o novo IOF e aos dados do setor externo.
Continue lendo para entender como esses temas afetam o câmbio.
Cotação do dólar
O dólar iniciou esta quarta-feira (25) cotado a R$5,5113.
Na última terça-feira (24), o dólar comercial fechou com variação de +0,3%, valendo R$5,5113, após ter começado o dia cotado a R$5,4957.
Agenda de hoje – quarta, 25 de junho de 2025
Exterior
- 04h00 – Espanha – PIB (1º tri)
- 11h00 – EUA – Venda de casas novas (mai)
- 11h30 – EUA – Estoque de petróleo bruto (semanal)
Brasil
- 05h00 – Fipe: Índice de preços ao consumidor (semanal)
- 08h00 – FGV: INCC-M (jun)
- 08h00 – FGV: Sondagem da construção (jun)
- 08h30 – BC: Balanço de pagamentos (USD) (mai)
- 09h30 – BC: oferta de até 20 mil contratos de swap cambial reverso (US$ 1 bilhão)
- 09h30 – BC: realiza leilão de venda à vista de dólares (taxa Ptax, US$ 1 bi)
- 14h30 – Fluxo cambial (semanal)
IOF vira foco político e ameaça equilíbrio fiscal
No Brasil, o destaque político é a antecipação da votação sobre o decreto que elevou o IOF, marcada agora para esta quarta-feira.
O governo contava com essa medida para reforçar o caixa em R$6 a R$7 bilhões, porém enfrenta resistência no Congresso.
Caso o decreto seja derrubado, alternativas como uso de dividendos das estatais ou cortes em emendas parlamentares ganham força, elevando a tensão entre os Poderes.
Expectativa por dados do setor externo
Ainda nesta manhã, serão divulgados os números das transações correntes e do investimento direto no país.
O resultado pode influenciar o comportamento do dólar hoje, especialmente se indicar maior ou menor entrada de capital estrangeiro no Brasil.
Além disso, investidores avaliam esses dados como um termômetro da saúde financeira externa do país em meio à política monetária restritiva e incertezas fiscais.
Powell adota tom mais brando, mas tarifas seguem no radar
Os índices futuros de Nova York oscilam próximos da estabilidade, com os investidores digerindo a fala de Jerome Powell e monitorando a situação no Oriente Médio.
No primeiro dia de depoimento ao Congresso, Powell reiterou a postura de cautela do Fed, indicando que não há pressa para alterar os juros atuais.
O mercado, contudo, se mantém atento ao fim do adiamento tarifário programado para julho. A possibilidade de novas tarifas amplia a incerteza econômica global.
Trégua no Oriente Médio segue firme, mas risco persiste
A trégua entre Israel e Irã se manteve em vigor nesta quarta-feira, após o fim oficial da ofensiva aérea que durou 12 dias.
O enviado especial dos EUA ao Oriente Médio, Steve Witkoff, declarou que as negociações com Teerã estão progredindo.
Apesar disso, os mercados ainda consideram frágil o equilíbrio na região, o que mantém a aversão ao risco em níveis elevados.
Petróleo sobe com receio de nova escalada
Os preços do petróleo avançam nesta manhã, após forte correção no início da semana. O movimento reflete a incerteza quanto à estabilidade da trégua no Oriente Médio.
O Brent subia 0,60%, cotado a US$66,56, e o WTI ganhava 0,70%, negociado a US$ 64,81 por barril.
Em suma, os níveis atuais ainda são os mais baixos em mais de duas semanas, mas o temor de novas retaliações mantém os preços sustentados.