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Dólar hoje oscila com PIB brasileiro, tarifas de Trump e expectativas sobre juros na Europa e nos EUA

PIB brasileiro surpreende positivamente, mas mercado segue atento ao PCE americano e às tensões comerciais entre EUA e China

Dólar hoje
Dólar comercial abre em alta nesta sexta-feira, cotado a R$5,66, refletindo tensões globais e impactos das decisões do Fed e BCE nos mercados | Crédito: Pixabay

O dólar comercial abriu esta sexta-feira (30) cotado a R$5,66.

Em virtude de uma agenda carregada de indicadores e eventos decisivos para os mercados globais, o dólar hoje segue pressionado.

No Brasil, por exemplo, os investidores repercutem o dado de PIB divulgado pelo IBGE.

Por outro lado, nos EUA, o foco é o índice de preços PCE, ao mesmo tempo em que as incertezas em torno das tarifas impostas por Trump elevam o estresse no câmbio.

Em contrapartida, na Europa, o BCE sinaliza prudência nos cortes de juros, no entanto, dados fracos da Alemanha e da Espanha reforçam o cenário de afrouxamento monetário.

📈 Veja a cotação do dólar em tempo real

A fim de entender os desdobramentos e o que esperar do câmbio, continue lendo.

Agenda de hoje – sexta, 30 de maio de 2025

Exterior

  • 03h00 – Alemanha – Vendas no Varejo (abr)
  • 09h30 – EUA – Índice de Preços PCE (abr)
  • 09h30 – EUA – Gastos Pessoais (abr)
  • 12h30 – EUA – GDPNow do Fed de Atlanta (Q2)

Brasil

  • 08h30 – Bacen: Resultado do Setor Público (abr)
  • 09h00 – IBGE: PIB do Brasil (Trimestral) (Q1)

Desempenho das moedas na sessão anterior

Na última quinta (29), o dólar comercial (compra) fechou com queda de 0,5%, cotado a R$5,6660, após ter começado o dia cotado a R$5,7020.

PIB do Brasil surpreende e anima o mercado

O IBGE divulgará nesta sexta-feira (30) o PIB brasileiro. De acordo com o consenso de mercado, espera-se um crescimento de 1,4% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao trimestre anterior.

Uma vez que este dado se concretize, na comparação anual, a economia avançará 3,2%, também acima da média histórica recente, bem como reforçando a resiliência do consumo e dos investimentos.

No entanto, o crescimento é visto como “fora da curva”, já que o efeito defasado dos juros altos ainda deve pressionar a atividade nos próximos trimestres.

Em virtude disso, para o restante do ano, o mercado projeta desaceleração ou até retração, à medida que a Selic elevada — atualmente em 14,75% — impacta crédito e demanda.

PCE nos EUA é destaque da agenda econômica

O índice PCE de abril, principal termômetro de inflação monitorado pelo Fed, será divulgado nesta sexta-feira e, como resultado, pode definir os rumos dos juros americanos.

A princípio, a expectativa é de alta de 0,1% no núcleo do índice, que exclui alimentos e energia — uma leve aceleração em relação à estabilidade anterior.

Assim sendo, se os dados vierem acima do esperado, podem esfriar as apostas de cortes de juros já em setembro, reforçando o dólar globalmente.

Por outro lado, caso o PCE surpreenda para baixo, o mercado pode retomar o apetite por risco e pressionar a moeda americana.

Em resumo, o comportamento do PCE será essencial para calibrar as expectativas em torno do Federal Reserve nos próximos meses.

Tarifas de Trump voltam a pesar sobre o dólar

O dólar voltou a subir nesta sexta-feira após reviravoltas no campo jurídico envolvendo as tarifas comerciais dos EUA.

Com efeito, um tribunal federal restabeleceu temporariamente as tarifas impostas por Trump, revertendo uma decisão anterior que as havia bloqueado.

Como resultado, a medida aumentou a aversão ao risco, afetando moedas emergentes e reacendendo o debate sobre os rumos da política comercial americana.

Além disso, a instabilidade nas decisões alimenta receios sobre os efeitos de longo prazo da guerra tarifária na competitividade e nos ativos dos EUA.

Dessa forma, o dólar pode terminar a semana em leve alta, ainda que a tendência estrutural de queda se mantenha.

Petróleo sobe no dia, mas segue pressionado no acumulado da semana

Os contratos de Brent e WTI sobem nesta sexta, porém ainda acumulam perdas na semana.

O Brent avança 0,71%, cotado a US$63,80. Já o WTI sobe 0,82%, para US$61,45.

Em virtude do anúncio das novas tarifas de Trump, o petróleo perdeu mais de 10%, pressionado pela aversão ao risco global.

Além disso, a reunião da Opep+ neste sábado pode definir um novo aumento de produção, o que tende a manter os preços do petróleo em baixa.

Relação EUA-China volta a preocupar e pressiona mercados

Apesar do acordo provisório que suspendeu parte das tarifas por três meses, os avanços entre Washington e Pequim mostram sinais de esgotamento.

De fato, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, reconheceu ontem que as negociações esfriaram. Para ele, será preciso um diálogo direto entre Trump e Xi Jinping para destravar as conversas.

Como resultado, o impasse gera incerteza nos mercados, já que o acordo atual não aborda os pontos estruturais das tarifas, como o modelo estatal-exportador da China.

Por fim, essa falta de avanço nas tratativas amplia a aversão ao risco e pode sustentar a valorização do dólar hoje frente a moedas emergentes.