
O dólar comercial abriu esta sexta-feira (06) cotado a R$5,5893.
Em virtude de um cenário externo carregado de incertezas políticas e dados econômicos cruciais, o dólar hoje opera com volatilidade. A princípio, a atenção dos mercados está voltada para o relatório de empregos dos EUA (payroll), visto que deve indicar os rumos da economia americana após o agravamento da guerra comercial.
📈 Cotação do dólar em tempo real
Além disso, a tensão entre Donald Trump e Elon Musk gerou forte reação no mercado de ações, especialmente sobre a Tesla. Como resultado, a repercussão dessas disputas pode impactar a percepção de risco global.
No que diz respeito ao Brasil, os dados de inflação e de preços ao produtor também estão no radar, uma vez que influenciam as expectativas sobre juros e câmbio.
Em outras palavras, continue a leitura e entenda os fatores que mexem com o dólar nesta sexta-feira.
Agenda de hoje – sexta, 06 de junho de 2025
Exterior
- 03h00 – Alemanha – Produção Industrial (abr)
- 06h00 –Zona do Euro – PIB (Q1)
- 09h30 – EUA – Relatório de Emprego (Payroll) não-agrícola (mai)
Brasil
- 08h00 – FGV: IGP-DI (mai)
- 09h00 – IBGE: IPP (abr)
Desempenho na sessão anterior
De acordo com os dados, na última quinta (05), o dólar comercial (compra) fechou com queda de 1%, cotado a R$5,5860, após ter começado o dia cotado a R$5,6300.
IGP-DI e IPP movimentam o mercado local
No Brasil, o destaque é o IGP-DI de maio, que mede a inflação do atacado e é sensível ao câmbio. Em abril, o índice subiu 0,30%, ou seja, abaixo da previsão de 0,35%.
A princípio, a pressão veio principalmente de alimentos e medicamentos. Além disso, subiram os custos da construção civil, refletindo uma alta mais ampla nos preços.
Por outro lado, em maio, o IGP-DI caiu 0,85%. O resultado surpreendeu o mercado e indica alívio inflacionário.
Em primeiro lugar, a principal contribuição veio do IPA, que recuou 1,38%, puxado por commodities agropecuárias como farelo de soja, milho e bovinos.
No varejo, o IPC subiu 0,34%, mas em desaceleração, com destaque para quedas em passagens aéreas e alimentos in natura.
Em terceiro lugar, o INCC subiu 0,58%, influenciado pela alta de 1,68% na mão de obra, mantendo a pressão sobre os custos da construção civil.
Nesse sentido, outro dado importante é o IPP de abril, que mede preços ao produtor. Após queda de 0,62% em março, o indicador pode sinalizar alívio ou persistência de pressões inflacionárias na indústria.
Wall Street avança antes do payroll, apesar da tensão política
Em contrapartida, os principais índices futuros de Nova York sobem nesta manhã, em movimento de recuperação após perdas recentes. O mercado digere a tensão entre Trump e Musk, e aguarda o payroll com cautela.
No momento em que são 07h45, Dow Jones subia 0,28%, S&P 500 avançava 0,4% e Nasdaq ganhava 0,4%. A Tesla, no entanto, ainda sente os efeitos do embate, após queda de mais de 14% na véspera.
Além disso, investidores analisam as falas do presidente do Fed de Kansas City, que alertou para riscos inflacionários das tarifas. Como resultado, o comentário reforça a expectativa de juros inalterados nos EUA por mais tempo.
Tensão entre Trump e Musk pode arrefecer
Apesar da escalada nas críticas, Trump afirmou que sua relação com Musk está “indo muito bem”. A Casa Branca articula uma ligação entre os dois para hoje.
Em primeiro lugar, o conflito começou por críticas de Musk ao pacote de gastos proposto por Trump. Em seguida, o empresário voltou a se posicionar politicamente após meses de afastamento.
Por fim, com o embate ganhando força nas redes, Trump ameaçou cortar subsídios às empresas de Musk. Em resposta, o bilionário sugeriu a criação de um novo partido e ameaçou apoio a um processo de impeachment de Trump.
Payroll de maio deve testar resiliência da economia dos EUA
Sem dúvida, o payroll é o principal dado do dia e pode influenciar fortemente o dólar hoje. A expectativa é de criação de 126 mil empregos em maio, bem como ficou abaixo dos 177 mil de abril.
Por certo, o número pode reforçar temores de desaceleração, já que os dados da ADP e os pedidos de seguro-desemprego vieram fracos nesta semana.
Ainda assim, o número de vagas abertas segue alto, mesmo com aumento nas demissões. O resultado de hoje será chave para medir os impactos da política tarifária de Trump sobre o mercado de trabalho.
Petróleo se estabiliza, mas fecha semana em alta
Em suma, o petróleo opera estável nesta manhã, mas caminha para fechar a semana com ganhos. O Brent está cotado a US$65,36 e o WTI a US$63,39.
De acordo com especialistas, a alta reflete expectativas de menor oferta global, o que elevou os preços após semanas de queda. O Brent acumula avanço de 2% e o WTI, de 4% nesta semana.
Por fim, a recuperação do petróleo pode influenciar moedas de países exportadores, além de reacender debates sobre pressões inflacionárias no mundo.