
O dólar comercial abriu esta quarta-feira (11) cotado a R$5,5744.
Em primeiro lugar, os investidores acompanham o dólar hoje com atenção redobrada diante de vários eventos-chave, tanto no Brasil quanto no exterior.
No momento em que o cenário internacional está agitado por conta do novo acordo comercial entre Estados Unidos e China, há também a expectativa com o índice de preços ao consumidor (IPC) americano.
Em contrapartida, no Brasil, o foco está na proposta fiscal do governo Lula, que mira maior arrecadação e mexe diretamente com os mercados. Além disso, a tributação sobre investimentos e empresas reacende o debate sobre equilíbrio fiscal.
Nesse sentido, os dados do IPCA, divulgados ontem, também continuam repercutindo, reforçando apostas de estabilidade nos juros.
Por fim, quer entender o que tudo isso tem a ver com o câmbio? Continue a leitura.
Agenda de hoje – quarta, 11 de junho de 2025
Exterior
- 07h00 – França – PIB OCDE (1º tri)
- 09h00 – EUA – Índice de preços ao consumidor (mai)
- 11h30 – EUA – Estoque de petróleo bruto (semanal)
Brasil
- 09h00 – IBGE: Produção industrial regional (abr)
- 11h30 – BC: oferta de até 35 mil contratos de swap (US$1,75 bilhão), em rolagem
- 14h30 – BC: Fluxo cambial (semanal)
Desempenho das moedas na sessão anterior
Na última terça (10), o dólar comercial (compra) fechou com alta de 0,1%, cotado a R$5,5670, após ter começado o dia cotado a R$5,5700.
📈 Cotação do dólar em tempo real
Haddad propõe pacote tributário para reforçar metas fiscais
A princípio, Fernando Haddad confirmou um novo pacote fiscal com foco em elevar a arrecadação. As medidas incluem alíquota unificada de 17,5% sobre aplicações financeiras e aumento de 15% para 20% sobre JCP.
Com o propósito de compensar o recuo no IOF sobre “risco sacado”, o governo quer tributar apostas online e instituições financeiras. A proposta foi enviada à Casa Civil.
Sem dúvida, Haddad defende que as mudanças vão ajudar a reduzir dólar e juros, além de garantir metas fiscais. Como resultado, a desaceleração do IPCA em maio foi bem vista pelo mercado e sustentou a alta de 0,54% no Ibovespa ontem.
Bolsas dos EUA recuam antes do IPC e sob impacto do novo pacto EUA-China
De acordo com os dados, os índices futuros de Nova York abriram em queda nesta quarta. O Dow Jones recuava 0,2%, o S&P 500 cedia 0,3% e o Nasdaq 100 também registrava baixa de 0,2%.
Por outro lado, a reação morna ao novo pacto comercial entre EUA e China reflete o ceticismo dos investidores quanto à durabilidade do acordo. Ainda assim, há incerteza sobre as medidas concretas.
Além disso, a expectativa em torno do IPC americano traz cautela. O dado é central para medir os impactos da guerra tarifária e guiar os próximos passos do Fed.
EUA e China assinam novo pacto, mas mercados seguem cautelosos
Em primeiro lugar, Estados Unidos e China fecharam um novo entendimento comercial após reuniões intensas em Londres, buscando retomar o diálogo econômico bilateral.
De acordo com o secretário americano Howard Lutnick, o novo pacto amplia o acordo de Genebra e prevê limites chineses ao envio de metais estratégicos. Em contrapartida, os EUA devem aliviar tarifas.
No entanto, apesar do alívio momentâneo, analistas alertam que o acordo ainda é superficial e depende do aval de Trump e Xi Jinping. Os mercados seguem em compasso de espera.
IPC dos EUA e política de tarifas seguem no radar do mercado
Sem dúvida, o IPC dos EUA é o destaque do dia. A projeção é de alta anual de 2,5%, acima dos 2,3% anteriores. No mês, espera-se manutenção do ritmo de 0,2%.
Por sua vez, o núcleo do índice, que exclui energia e alimentos, deve subir 2,9% no ano e 0,3% no mês. O dado pode influenciar diretamente as decisões do Fed.
Em suma, a inflação segue no foco por conta tarifas gerais de 10% e sobretaxas sobre aço e alumínio, mantidas por Trump e que devem gerar efeito nos preços em algum momento. O Fed, até aqui, tem optado por manter os juros estáveis, mas cortes só são esperados a partir de setembro.
Petróleo avança com otimismo comercial e estoques nos EUA
De fato, os preços do petróleo sobem nesta manhã, impulsionados pelo novo pacto entre EUA e China e pela expectativa de queda nos estoques americanos.
Como resultado, o Brent era negociado a US$67,71 (+1,26%) e o WTI a US$65,96 (+1,51%), os maiores patamares desde abril.
Por fim, além do fator comercial, o mercado aguarda o relatório da Administração de Informação de Energia (EIA), após dados preliminares apontarem queda de 370 mil barris nos estoques.