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Dólar hoje oscila com IGP-M, taxa de desemprego e decisões dos EUA no radar

IGP-M surpreende com queda em maio, enquanto mercado monitora desemprego no Brasil e indicadores americanos que podem impactar cotação do dólar

Dólar hoje
Dólar opera em alta nesta quinta-feira após divulgação do IGP-M e da taxa de desemprego, enquanto mercado aguarda novos dados econômicos dos EUA | Crédito: Getty Images

A quinta-feira começa com expectativa elevada no mercado financeiro, com o dólar hoje reagindo a uma série de divulgações relevantes no Brasil e nos Estados Unidos.

📈 Cotação do dólar ao vivo

Em primeiro lugar, os investidores observam de perto o IGP-M de maio, um dos principais termômetros de pressão inflacionária no país, bem como o dado de desemprego referente a abril, em meio à resiliência do mercado de trabalho formal.

Por outro lado, o foco recai sobre a segunda leitura do PIB dos EUA e falas de dirigentes do Federal Reserve, que podem balizar as próximas decisões sobre os juros americanos — fator determinante para o câmbio.

Além disso, o impacto da decisão judicial que limita a estratégia tarifária de Trump, os resultados da Nvidia (NVDC34)(NVDA) e o movimento das bolsas e do petróleo também entram no radar do investidor.

Em suma, confira a seguir o que está por trás das oscilações do dólar hoje e como os principais eventos do dia podem influenciar o mercado.

Cotação dólar hoje

O dólar comercial abriu esta quinta-feira (29) cotado a R$5,6890.

Na última quarta-feira (28), o dólar comercial fechou o pregão com variação de 0,8%, valendo R$5,6890, após ter começado o dia cotado a R$5,6417.

Agenda de hoje – quinta, 29 de maio de 2025

Exterior

  • 09h00 – EUA – Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego (semanal)
  • 09h30 – EUA – PIB (Q1)

Brasil

  • 08h00 – FGV: IGP-M (mai)
  • 08h30 – Bacen: Empréstimos Bancários (abr)
  • 09h00 – IBGE: Taxa de Desemprego (abr)

IGP-M de maio e taxa de desemprego em foco

Em primeiro lugar, o mercado local deve digerir o IGP-M de maio, divulgado pela Fundação Getulio Vargas, indicador sensível ao câmbio e relevante para reajustes de contratos. O dado surpreendeu o mercado com queda de 0,49%.

Por exemplo, em abril, o índice havia surpreendido com alta de 0,24%, puxada por alimentos agropecuários. Assim sendo, a expectativa gira em torno de uma reversão dessa pressão.

Além disso, o dado de desemprego de abril será observado de perto após forte geração de empregos formais, sinalizando robustez no mercado de trabalho.

Como resultado, esses indicadores podem influenciar o câmbio ao alterar a percepção sobre inflação, renda e juros futuros no Brasil.

Trump sofre revés na política tarifária

A Justiça americana considerou ilegal a proposta ampla de tarifas da administração Trump, limitando o alcance da estratégia comercial do ex-presidente.

Em outras palavras, a decisão aponta que o Executivo excedeu suas atribuições ao mirar países com superávit comercial elevado com os EUA.

Ainda que o governo prometa recorrer, o revés força Trump a repensar sua abordagem protecionista, caso queira levá-la adiante em eventual novo mandato.

Por fim, a medida pode aliviar tensões comerciais e reduzir incertezas para os mercados, especialmente em setores expostos ao comércio exterior.

Nvidia (NVDC34) supera projeções, mesmo com restrições à China

A Nvidia (NVDC34)(NVDA) surpreendeu positivamente com seu balanço do 1º trimestre, registrando lucro e receita acima do esperado, apesar das sanções dos EUA à China.

De acordo com os resultados, a empresa lucrou US$0,96 por ação e faturou US$44,06 bilhões, impulsionada pela forte demanda por chips de IA.

Mesmo que tenha sofrido perdas relacionadas ao bloqueio de vendas para a China, o impacto foi menor que o previsto, e parte dos chips foi redirecionada.

Para o próximo trimestre, a companhia projeta receita ligeiramente abaixo do consenso, no entanto, os investidores mantiveram otimismo.

Como resultado, as ações subiram mais de 5% no pré-mercado, apoiadas no bom desempenho e na resiliência frente aos desafios regulatórios.

Pressão nos títulos soberanos levanta alerta fiscal global

Um leilão de títulos japoneses de 40 anos teve a pior demanda desde novembro, com relação oferta-demanda caindo de 2,9 para 2,2.

Da mesma forma, nos EUA, o Tesouro também enfrentou dificuldades para vender papéis de 20 anos na semana passada, elevando os alertas fiscais.

Em virtude de rebaixamentos de nota pelas três principais agências, investidores duvidam da sustentabilidade das contas públicas americanas. Esse ambiente eleva a aversão ao risco e impacta diretamente o dólar hoje.

Futuros em alta com decisão judicial e Nvidia

Os índices futuros dos EUA operam em alta nesta manhã, embalados pelo bom desempenho da Nvidia (NVDC34)(NVDA) e pela decisão judicial contrária às tarifas de Trump.

Por exemplo, às 8h de Brasília, S&P 500 subia 1,6%, Nasdaq 100 avançava 2% e Dow Jones ganhava 1,3%, refletindo alívio no cenário macro e otimismo com tecnologia.

Assim sendo, a reversão das tarifas amplia a atratividade de ativos de risco, enquanto a performance da Nvidia renova a confiança nos setores ligados à IA.

Como resultado, esse cenário contribui para fortalecer o apetite ao risco global, com possível repercussão positiva nos mercados emergentes e na cotação do dólar.

Petróleo em alta com melhora no risco e estoques em queda

Os preços do petróleo sobem nesta quinta-feira, em virtude da menor percepção de risco após a decisão judicial nos EUA.

No momento em que este texto é escrito, o Brent opera a US$64,44 (+0,19%) e o WTI a US$62,04 (+0,32%), acompanhando também a queda inesperada nos estoques americanos.

De acordo com o API, os estoques caíram 4,24 milhões de barris, contrariando projeções de alta e reforçando sinais de demanda firme nos EUA.

Em conclusão, com menor risco geopolítico e fundamentos mais favoráveis, o petróleo pode seguir firme, com impactos sobre inflação e câmbio global.