Terça-feira (11)

Dólar hoje: mercado atento a dados de inflação nos EUA e Brasil

Mercado financeiro aguarda divulgação do IPC americano e IPCA brasileiro para ajustar apostas sobre rumos das taxas de juros nas duas maiores economias das Américas

Dólar hoje
Dólar hoje oscila com expectativa de dados inflacionários nos EUA e Brasil, mercado monitora possíveis sinais para decisões de juros | Crédito: Freepik

O dólar hoje inicia esta terça-feira (12) cotado a R$5,4424.

Na última segunda-feira (11), a moeda americana fechou com variação positiva de 0,2%, alcançando R$5,4424, após ter começado o dia a R$5,4338.

Acompanhe, a seguir, nossa análise diária.

Confira a cotação do dólar em tempo real

Agenda de hoje – terça, 12 de agosto de 2025

Exterior

  • 03h00 – Reino Unido – Taxa de Desemprego (jun)
  • 06h00 – Zona do Euro – Percepção Econômica ZEW (ago)
  • 09h00 – EUA – Índice de preços ao consumidor IPC (jul)

Brasil

  • 09h00 – IBGE: IPCA (jul)
  • 09h00 – IBGE: INPC (jul)
  • 11h30 – BC: oferta até 35 mil contratos de swap cambial (US$ 1,75 bilhão), em rolagem

Desempenho das moedas na sessão anterior

Na última segunda (11), o dólar comercial avançou 0,1%, fechando a R$5,4440, depois de iniciar as negociações a R$5,4430.

O que influencia o dólar hoje?

O dólar hoje opera em compasso de espera. Isto é, investidores aguardam dois indicadores cruciais que podem impactar significativamente o mercado: o índice de preços ao consumidor (IPC) dos Estados Unidos e o IPCA do Brasil.

Nos EUA, o dado de inflação de julho pode definir o tom da próxima reunião do Federal Reserve. Em outras palavras, influenciará diretamente as apostas sobre possíveis cortes de juros ainda este ano.

No Brasil, por outro lado, o IPCA mede o pulso da inflação doméstica e, sem dúvida, ajuda a calibrar expectativas sobre os rumos da Selic.

A combinação dessas leituras não apenas mexe com o câmbio, mas também com bolsas e juros futuros. Acima de tudo, vale acompanhar de perto para entender como cada indicador pode influenciar o dólar e o apetite ao risco nos próximos dias.

Wall Street de olho no IPC americano

Os futuros de ações em Nova York iniciam o dia próximos da estabilidade, refletindo a cautela antes da divulgação do IPC.

Na sessão anterior, as bolsas fecharam em baixa após Nvidia e AMD concordarem em repassar ao governo americano 15% das vendas de chips de IA para a China. Como resultado, teme-se que isso comprima margens e abra precedente para novas taxações sobre exportações estratégicas.

Inflação dos EUA no radar do Fed

O IPC de julho deve mostrar aceleração anual para 2,8%. No entanto, espera-se uma desaceleração mensal para 0,2%. Já no núcleo, a previsão aponta para alta anual de 3,0% e mensal de 0,3%.

Esses números podem redefinir as apostas para a reunião de setembro do Fed. Após um relatório de empregos mais fraco e revisões negativas para meses anteriores, cresceu a expectativa de corte de 0,25 p.p. Bem como, juros menores ganham força se a inflação vier em linha ou abaixo do esperado. Caso contrário, o mercado adotará postura mais defensiva.

Donald Trump, por sua vez, pressiona publicamente por cortes rápidos e profundos, em contraste com a estratégia mais cautelosa do banco central.

Trump e a credibilidade dos dados oficiais

O presidente americano demitiu Erika McEntarfer, então comissária do BLS, acusando-a de manipular números de emprego sem apresentar provas. Em virtude disso, a decisão reacende o debate sobre a confiabilidade das estatísticas oficiais.

Para o lugar, Trump indicou E.J. Antoni, economista-chefe da Heritage Foundation e crítico frequente do BLS. A nomeação ainda passará pelo Senado e, por certo, pode influenciar a percepção do mercado sobre a independência dos órgãos de estatísticas.

IPCA de julho movimenta o cenário doméstico

O IBGE divulga nesta terça-feira o IPCA de julho, com expectativa de alta de 0,35% no mês. Além disso, prevê-se estabilidade anual em 5,32%, ainda acima do teto da meta.

O índice deve sofrer pressão de energia elétrica, passagens aéreas, loterias e aluguel. Em contrapartida, alimentos in natura e bens industriais ajudariam a conter parte da alta.

As falas recentes do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçam a ideia de juros elevados por mais tempo. Isso ocorre diante da dificuldade de trazer a inflação para a meta de 3% no curto prazo.