Quinta-feira (17)

Dólar hoje: IOF validado, Livro Bege e tensão com Fed guiam os mercados

Mercados reagem a tensões sobre possível troca no comando do Fed e decisão judicial sobre IOF, enquanto indicadores econômicos mostram sinais mistos nos EUA e Brasil

Dólar hoje
Dólar oscila com incertezas sobre Fed e validação do IOF pelo STF, enquanto mercados acompanham dados econômicos dos EUA e Brasil | Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Na última quarta-feira (16), o dólar comercial encerrou com variação positiva de 0,2%, atingindo R$5,5690. A moeda começou o dia cotada a R$5,5571.

O dólar abriu esta quarta-feira (16) cotado a R$5,690.

Acompanhe nossa análise diária a seguir.

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Agenda de hoje – quinta, 17 de julho de 2025

Exterior

  • 06h00 – Zona do Euro – IPC (jun)
  • 09h30 – EUA – Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego (semanal)
  • 09h30 – EUA – Vendas no Varejo (jun)

Brasil

  • 08h00 – FGV: IGP-10 (jul)

Desempenho das moedas na sessão anterior

Na última quarta (16), o dólar comercial (compra) manteve relativa estabilidade. A moeda fechou cotada a R$5,5610, após iniciar o dia a R$5,5660.

O que influencia o dólar hoje?

O dólar hoje abre com leve instabilidade. Esse movimento reflete um conjunto de fatores locais e internacionais que, sem dúvida, trazem cautela aos mercados.

Nos EUA, a sinalização de que Powell pode ser substituído gerou ruído considerável. No entanto, Trump negou essa informação posteriormente. Além disso, o Livro Bege trouxe relatos de avanço econômico, ainda que com pressões persistentes de custos.

No Brasil, o STF validou a maior parte do decreto que eleva o IOF, afetando diretamente investidores e empresas. Por outro lado, a Câmara avançou na reforma do Imposto de Renda.

Já o IGP-10 voltou a registrar deflação, surpreendendo o mercado de forma positiva.

Futuros operam estáveis após ruído com Fed

Os principais índices futuros dos EUA iniciaram o dia próximos da estabilidade. Às 8h de Brasília, o Dow Jones recuava 0,21%. Em contrapartida, o S&P 500 caía 0,02%, enquanto o Nasdaq subia 0,04%.

A tensão gerada por boatos sobre uma possível demissão de Jerome Powell esfriou os mercados significativamente. Como resultado, o dólar perdeu força e o ouro renovou máximas. Apesar disso, o cenário acalmou após Trump negar a informação categoricamente.

A agenda de balanços corporativos segue no radar dos investidores. Nesse sentido, grandes empresas divulgarão resultados ainda nesta semana.

Livro Bege mostra crescimento, mas alerta para custos

O Livro Bege divulgado pelo Fed apontou crescimento econômico entre junho e início de julho. Ainda assim, o documento mantém cautela no horizonte econômico.

Empresas relataram custos elevados e, acima de tudo, incerteza com a política comercial dos EUA. Essa preocupação intensificou-se principalmente após a nova onda de tarifas.

Apesar da melhora recente, o tom do documento é neutro a levemente pessimista. Em outras palavras, destaca-se a pressão sobre preços e margens operacionais.

STF valida IOF, mas exclui risco sacado

O ministro Alexandre de Moraes manteve quase integralmente o aumento do IOF. Esta decisão representa, sem dúvida, uma vitória para o governo federal.

A única exceção foi a exclusão do “risco sacado”, operação comum no comércio. Por causa de tal exclusão, a medida deve reduzir a arrecadação esperada em R$ 4 bilhões em 2025.

Com a decisão, aumentam os custos de crédito e investimentos em previdência e FIDCs. Em consequência, empresas e investidores de alta renda serão diretamente afetados.

Isenção do IR até R$ 5 mil avança na Câmara

A Comissão Especial do IR aprovou proposta que amplia a faixa de isenção. Agora, beneficiará quem ganha até R$5 mil por mês, com desconto até R$7.350.

Para compensar essa medida, a proposta prevê imposto mínimo de 10% sobre renda anual acima de R$ 600 mil. Além disso, estabelece tributação de dividendos enviados ao exterior.

A votação em plenário ocorrerá em agosto. Nesse meio tempo, pode-se incluir debate sobre taxação de letras de crédito e, bem como, debêntures incentivadas.

IGP-10 tem deflação maior que o esperado

O IGP-10 de julho registrou deflação de 1,65%, após queda de 0,97% em junho, de acordo com a FGV.

No acumulado do ano, o índice recua 1,42%. No entanto, ainda avança 3,42% em 12 meses.

O dado reforça a leitura de que não há pressões inflacionárias fortes no atacado. Isso ocorre apesar das tarifas externas e dos ruídos cambiais que afetam a economia.