Na segunda-feira (01), o dólar comercial fechou com variação de 0,3%, valendo R$5,4397, após ter começado o dia cotado a R$5,4237.
O dólar iniciou esta terça-feira (02) cotado a R$5,4444.
Acompanhe nossa análise diária.
Confira a cotação do dólar em tempo real
Agenda de hoje – terça, 02 de setembro de 2025
Exterior
- 06h00 – Zona do Euro – Índice preliminar de preços ao consumidor (ago)
- 10h45 – EUA – Índice PMI industrial (ago)
- 11h00 – EUA – Investimentos em construção (jul)
- 21h30 – Japão – Índice PMI composto (ago)
- 22h45 – China – Índice PMI composto (ago)
Brasil
- 05h00 – Fipe: Índice de preços ao consumidor (ago)
- 08h00 – FGV: Índice de preços ao consumidor (ago)
- 09h00 – IBGE: Produto Interno Bruto (2º tri)
- 11h30 – Banco Central: oferta de até 40 mil contratos (US$ 2 bilhões) de swap, em rolagem
Desempenho das moedas na sessão anterior
Na segunda (01), o dólar comercial (compra) fechou em alta de 0,32%, cotado a R$5,4384, após ter começado o dia cotado a R$5,4213.
O que influencia o dólar hoje?
O cenário global segue marcado por incertezas. Na Europa, a inflação da Zona do Euro acelerou para 2,1% em agosto, sinalizando pressão extra sobre o BCE. Já no Reino Unido, a libra perdeu força diante da alta dos rendimentos dos gilts, reflexo das crescentes preocupações fiscais.
No Brasil, os dados do PIB serão os mais importantes da agenda desta terça-feira. Os dados antecedentes e coincidentes indicam que o ritmo deve ser menor no segundo trimestre. Esse ambiente se soma às tensões externas, como a possibilidade de sanções dos EUA ao Banco do Brasil.
Nos mercados globais, o ouro renovou máximas históricas e reforçou seu papel de ativo de proteção. O movimento reflete a busca por segurança em meio à expectativa de juros mais altos nos EUA, o que aumenta a pressão sobre moedas emergentes, incluindo o real.
Inflação na Zona do Euro e Banco Central Europeu
A aceleração do índice de preços ao consumidor na Zona do Euro para 2,1% em agosto reacendeu o debate sobre a trajetória da política monetária no continente. Apesar de estar praticamente em linha com a meta oficial do BCE, o dado sugere pressão inflacionária acima do previsto.
Esse resultado reforça o dilema da autoridade monetária: manter a credibilidade de sua meta ou calibrar estímulos para sustentar a atividade, ainda frágil em algumas economias do bloco.
A comunicação do BCE será crucial, pois qualquer sinal de mudança no horizonte de juros pode alterar os fluxos de capitais e afetar diretamente o euro frente ao dólar.
Libra e Títulos do Reino Unido
O fortalecimento da libra nesta manhã está associado à elevação dos rendimentos dos gilts, sobretudo os de longo prazo. Esse movimento decorre do aumento das preocupações fiscais no Reino Unido.
Um custo maior para o financiamento do governo pressiona a curva de juros, ao mesmo tempo em que diminui a atratividade da libra como ativo de proteção.
No entanto, a desvalorização cambial pode aumentar a competitividade das exportações britânicas, o que tende a diminuir as pressões sobre uma economia que mostra sinais de fragilidade.
PIB do Brasil em desaceleração
Os dados oficiais do 2º trimestre serão divulgados pelo IBGE nesta terça. O consenso de mercado projeta uma alta modesta, próxima de 0,3% t/t, abaixo do ritmo do 1º trimestre.
Do lado setorial, os serviços tendem a sustentar a atividade, mas com fôlego menor. Indústria segue mista e o agro deve contribuir negativamente, depois de concentrar quase todo o crescimento do primeiro trimestre.
O balanço de riscos segue assimétrico: juros reais altos, incerteza fiscal e crédito seletivo pesam. Em contrapartida, a desinflação e a renda do trabalho dão algum suporte. O cenário-base aponta crescimento ainda mais fraco no 3º trimestre.
Sanções dos EUA ao Banco do Brasil
O noticiário sobre possíveis sanções do governo Trump ao Banco do Brasil adiciona um elemento de risco geopolítico às relações comerciais. As medidas seriam uma retaliação em meio a tensões políticas e institucionais no Brasil.
Eventuais restrições podem encarecer operações de financiamento internacional e reduzir a competitividade de empresas brasileiras no comércio exterior.
Esse cenário agrava a percepção de risco do país, o que pode afetar tanto o câmbio quanto o custo de captação de recursos no mercado global.
Ouro e Fluxos Globais de Proteção
O contrato futuro do ouro renovou máxima histórica, reforçando sua condição de ativo de proteção diante das incertezas. O movimento reflete a busca dos investidores por segurança em meio à instabilidade fiscal e geopolítica.
A valorização do metal também está ligada à expectativa de cortes de juros nos EUA, que reduz o custo de oportunidade de manter posições em ouro.
Esse comportamento evidencia como os fluxos globais migram rapidamente para ativos considerados “porto seguro” em cenários de alta volatilidade, o que tende a pressionar moedas emergentes como o real.