Segunda-feira (04)

Dólar hoje: expectativas sobre juros nos EUA, tensão comercial com Trump e balanços no Brasil movimentam os mercados

Investidores aguardam divulgação do Caged e balanços de grandes empresas brasileiras enquanto observam impactos das decisões da Opep+ no mercado

Dólar hoje
Dólar oscila em mercado global turbulento com expectativas de corte de juros nos EUA e tensões comerciais afetando as bolsas | Crédito: Pexels

O dólar hoje inicia esta segunda-feira (04) cotado a R$5,5420.

Na última sexta-feira (01), o dólar comercial fechou com queda de 1%, atingindo R$5,5420, após ter começado o dia a R$5,6003.

A seguir, acompanhe nossa análise diária.

Agenda de hoje – segunda, 04 de agosto de 2025

Exterior

  • 11h00 – EUA – Encomendas à Indústria (jun)
  • 22h45 – China – PMI do Setor de Serviços Caixin (jul)

Brasil

  • 05h00 – Fipe: IPC (jul)
  • 08h25 – Bacen: Boletim Focus (semanal)
  • 14h30 – MTE: Índice de Evolução de Emprego do CAGED

Desempenho das moedas na sessão anterior

Na última sexta (01), o dólar comercial recuou 1%, fechando a R$5,5440, após ter iniciado o dia a R$5,6220.

O que influencia o dólar hoje?

A primeira segunda-feira de agosto começa com os mercados globais tentando se recuperar. Isto ocorre após a forte queda de sexta-feira. O dólar hoje aguarda novos direcionamentos, influenciado principalmente pela tensão comercial. Esta tensão surge das novas tarifas de Trump. Além disso, o mercado observa a possibilidade de corte de juros nos EUA ainda neste trimestre.

O mercado também repercute a polêmica demissão da chefe de estatísticas do trabalho americano. Por causa deste evento, surgiram dúvidas sobre a credibilidade dos dados oficiais. Em virtude desse ambiente, somado ao relatório de emprego mais fraco, aumentaram as apostas de uma ação mais rápida do Federal Reserve.

Por aqui, a semana será marcada pela divulgação de balanços corporativos. Além disso, o Caged de junho também trará novidades. Ao mesmo tempo, os ativos reagirão à nova alta da produção da Opep+, que, por sua vez, pressiona os preços do petróleo.

A seguir, veja os principais fatores que influenciam o câmbio nesta segunda-feira.

Mercados sobem após queda de sexta e apostas em corte de juros nos EUA

Os índices futuros de ações dos EUA avançam nesta manhã. Isto acontece após perdas expressivas na última sexta-feira. Sem dúvida, o otimismo moderado reflete a expectativa de que o Federal Reserve reduza os juros em setembro.

Na sexta-feira, o mercado foi surpreendido por dados de emprego mais fracos. Não apenas isso, como também novas tarifas anunciadas por Trump impactaram os negócios. Como resultado, o S&P 500 registrou sua pior queda diária em mais de dois meses, o que aumentou a percepção de risco.

A tensão aumentou após Trump demitir a responsável pelas estatísticas do trabalho. Ele alegou manipulação dos dados. Em consequência, a decisão gerou forte reação, com analistas questionando a independência dos números oficiais.

O relatório de julho mostrou revisões negativas importantes. Esses dados sugerem desaceleração no mercado de trabalho. Por isso, aumentaram as apostas de que o Fed adotará uma postura mais acomodatícia.

No entanto, membros do banco central americano ainda indicam cautela. Eles aguardam novos indicadores antes de tomar qualquer decisão sobre os juros.

Petróleo recua após decisão da Opep+ e ouro oscila com realização de lucros

Os preços do petróleo operam em queda. Isto ocorre após o anúncio da Opep+ de que aumentará a produção em setembro. Essa decisão adiciona mais de 500 mil barris por dia à oferta global.

A medida reverte parte dos cortes anteriores e, dessa forma, pressiona os preços. O Brent recuava cerca de 1,5% pela manhã, enquanto o WTI caía mais de 1,6%.

No mercado de metais, o ouro apresenta variação mista. Por um lado, parte dos investidores realiza lucros após a alta da última sessão. Por outro lado, as apostas em cortes nos juros dos EUA sustentam os preços.

O contrato futuro do ouro ainda sobe levemente. Isto se deve à perspectiva de um ambiente monetário mais frouxo no curto prazo.

Caged de junho será destaque na agenda doméstica nesta segunda

O Ministério do Trabalho divulga hoje os dados do Caged referentes a junho. A fim de avaliar a dinâmica do mercado de trabalho brasileiro, o mercado acompanha de perto esses números.

Em maio, o país criou quase 149 mil vagas formais, número abaixo das projeções. Ainda assim, todos os setores apresentaram saldo positivo, com destaque para serviços e comércio.

No acumulado do ano até maio, o Brasil somava pouco mais de 1 milhão de empregos formais. É importante ressaltar que esse número ainda é inferior ao registrado no mesmo período de 2024.

Os dados de junho serão importantes. Com eles, será possível calibrar as expectativas sobre o ritmo da atividade econômica no segundo semestre.

Semana de balanços tem Petrobras, Itaú, Eletrobras e Magalu no radar

A semana também começa com a divulgação dos resultados da Copasa e da Pague Menos. Em seguida, na terça, o mercado volta suas atenções para o Itaú. Além disso, Embraer, Klabin, Iguatemi e Pão de Açúcar também divulgarão seus números.

Na quarta-feira, o destaque é a Eletrobras. Juntamente com ela, Braskem, Minerva, C&A e Suzano apresentarão seus resultados. Bem como outros balanços, esses devem influenciar o humor do mercado e os preços das ações ao longo da semana.

Já na quinta, os investidores aguardam com atenção os resultados da Petrobras, B3, Magalu, Engie, Renner, Energisa, Petz e Sanepar. Acima de tudo, a estatal do petróleo será o centro das atenções, em meio à volatilidade da commodity.

A temporada de balanços no Brasil se intensifica. Em conclusão, ela pode trazer impactos relevantes sobre o câmbio, especialmente se os resultados surpreenderem negativamente.