Na última quinta-feira (31), o dólar comercial fechou com alta de 0,6%, atingindo R$5,6015, após iniciar o dia a R$5,5695.
Nesta sexta-feira (01), a moeda americana abriu cotada a R$5,6015.
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Agenda de hoje – sexta, 01 de agosto de 2025
Exterior
- 04h55 – Alemanha – PMI Industrial (jun)
- 05h00 – Zona do Euro – PMI Industrial (jun)
- 06h00 – Zona do Euro – IPC (jul)
Brasil
- 09h00 – IBGE: Produção Industrial (jun)
- 10h00 – Brasil: PMI Industrial (jul)
Desempenho das moedas na sessão anterior
Na última quinta (31), o dólar comercial (compra) avançou 0,5%, fechando a R$5,6010, depois de iniciar as negociações a R$5,5720.
O que influencia o dólar hoje?
O dólar hoje opera em meio à cautela que domina os mercados globais. Em primeiro lugar, investidores monitoram o relatório de emprego dos EUA (payroll), que será divulgado nesta manhã. Além disso, a nova rodada de tarifas anunciadas por Donald Trump pressiona os ativos.
O presidente americano elevou as tarifas sobre dezenas de países, atingindo inclusive o Brasil com alíquotas de até 50%. Como resultado, a guerra tarifária se aprofunda e amplia as incertezas sobre a economia global.
Nesse meio tempo, os mercados também digerem os balanços de grandes empresas como Apple e Amazon. Não apenas isso, mas também a recente decisão do Fed de manter os juros inalterados influencia o mercado.
No Brasil, o foco recai sobre a produção industrial de junho.
Com tantos fatores em jogo, a volatilidade permanece elevada. Continue a leitura a fim de entender os principais destaques do dia e seus impactos no câmbio.
Bolsas em queda antes do payroll e após balanços mistos de Apple e Amazon
Os índices futuros de Nova York operam no vermelho nesta sexta-feira. Isso reflete uma combinação de cautela com o payroll e ajustes pós-balanços de grandes empresas.
As ações da Amazon recuam após a companhia projetar um lucro operacional abaixo do esperado para o trimestre atual. Apesar do crescimento robusto da Amazon Web Services, o resultado decepcionou parte dos investidores.
Por outro lado, a Apple apresentou números positivos. O lucro do terceiro trimestre superou as estimativas, impulsionado por vendas mais fortes do iPhone e pela retomada da demanda na China.
No entanto, mesmo com o alívio trazido pelo desempenho da Apple, o clima é de cautela. Em seguida, o foco se volta ao payroll, que pode mexer com as apostas para os juros nos EUA.
Trump impõe tarifas de até 50% e eleva tensão comercial com países como Brasil
Donald Trump oficializou a nova rodada de tarifas, encerrando o período de negociação com diversos parceiros comerciais. A partir de 7 de agosto, entram em vigor alíquotas mais altas para dezenas de países.
A medida eleva para 15% as tarifas sobre produtos da União Europeia, Japão e Coreia do Sul. Ao mesmo tempo, países com superávit comercial com os EUA enfrentarão taxas de 10%.
O Brasil foi incluído no grupo que sofrerá tarifas de até 50%, impactando especialmente setores industriais e agrícolas. Em contrapartida, o Canadá foi alvo de tarifas de 35% para itens que não seguem os critérios do acordo regional.
A decisão marca um novo capítulo da guerra tarifária e pressiona emergentes. O México, por sua vez, conseguiu um prazo adicional de 90 dias para chegar a um entendimento com os EUA.
Payroll é destaque do dia e pode guiar expectativas para o Fed
O relatório de emprego dos EUA é o centro das atenções nesta sexta-feira. O mercado projeta criação de 106 mil vagas em julho, abaixo das 147 mil registradas no mês anterior.
A taxa de desemprego deve subir levemente, de 4,1% para 4,2%, reforçando os sinais de moderação no mercado de trabalho. Sem dúvida, o dado pode influenciar a próxima decisão do Fed em setembro.
Na quarta-feira, o banco central americano manteve os juros estáveis pela quinta vez consecutiva. A decisão era amplamente esperada, porém a indefinição sobre o rumo da política monetária continua.
Além disso, o impacto inflacionário das novas tarifas de Trump começa a ser discutido. Por isso, mais incerteza é adicionada ao cenário, mesmo com sinais de resiliência da atividade.
Petróleo recua após alta semanal com guerra tarifária no radar
Os preços do petróleo registram leve baixa nesta sexta-feira. Os investidores avaliam os possíveis impactos das novas tarifas sobre a demanda global por energia.
O Brent cedia 0,3%, cotado a US$71,47 por barril. Ao mesmo tempo, o WTI caía 0,4%, a US$69,01. Ainda assim, ambos devem encerrar a semana com alta acumulada próxima de 5%.
A valorização recente foi impulsionada pelas ameaças de Trump a importadores de petróleo russo, como China e Índia. Isso pressionou o fornecimento global e apoiou os preços.
Agora, os mercados analisam se as tarifas mais elevadas podem desacelerar o crescimento global. Como resultado, a demanda por petróleo nas próximas semanas pode ser contida.
Produção industrial de junho movimenta agenda econômica no Brasil
No Brasil, o destaque desta sexta-feira é a divulgação da produção industrial de junho. Este dado pode ajudar a calibrar as apostas sobre o ritmo da economia no segundo semestre.
Em maio, o setor havia registrado queda de 0,5% frente a abril, segundo o IBGE, marcando o segundo recuo consecutivo. Apesar disso, houve crescimento de 3,3% na comparação anual.
Para junho, o consenso de mercado aponta alta de 0,4% na margem. O número será relevante a fim de entender se a indústria está retomando fôlego ou se ainda enfrenta entraves.
A expectativa é que o dado ajude a compor o cenário interno para o segundo semestre, em um contexto de atividade desacelerando e juros elevados.