Nesta sexta-feira (29), o dólar comercial (compra) encerrou em alta de 0,19%, cotado a R$ 6,00.
Haddad diz confiar em “reancoragem” de expectativas após reação negativa do mercado
ATUALIZAÇÃO DAS COTAÇÕES DO DÓLAR:
Máxima do dia: R$ 6,116.
- – 10:28: Dólar comercial (compra): +1,74%, cotado a R$ 6,091.
- – 10:24: Dólar comercial (compra): +1,83%, cotado a R$ 6,098.
- – 10:15: Dólar comercial (compra): +2,00%, cotado a R$ 6,109.
- – 9:38: Dólar comercial (compra): +0,84%, cotado a R$ 6,039.
- – 9:03: Dólar comercial (compra): +0,21%, cotado a R$ 6,000.
Na sessão anterior…
Na última quinta-feira, 28 de novembro, o dólar comercial (compra) fechou em alta de 1,30%, cotado a R$ 5,98 – o maior valor de fechamento da história.
O que influencia o dólar?
O mercado financeiro reagiu muito mais à proposta de isenção do Imposto de Renda (IR) para rendas até R$ 5.000,00 e ao novo imposto para ganhos acima de R$ 50 mil do que ao pacote de cortes de gastos em si, ao questionar sua eficácia e o impacto fiscal neutro prometido.
A meta de economia de R$ 70 bilhões anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), gerou ceticismo quanto à viabilidade dos cortes.
Nesta sexta-feira (29), os EUA seguem em feriado de Ação de Graças, o que reduz a liquidez internacional e deixa o mercado local ainda mais sensível às questões internas.
Dessa forma, investidores e operadores mantêm a expectativa de maior clareza na segunda-feira (2) quanto ao pacote a ser mais digerido pelo mercado financeiro e os EUA terão retornado às suas operações normais.
Brasil
Nesta sexta-feira (29), o mercado financeiro local observa a taxa de desemprego no terceiro trimestre, com a divulgação do PNAD pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além disso, investidores digerem o relatório mensal da dívida pública e o primário do setor público consolidado em outubro.
Corte de gastos
Na última quinta-feira (28), a coletiva de Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda, e da equipe econômica não conseguiu conter a turbulência no mercado financeiro.
Economistas questionam a estimativa de economia de R$ 70 bilhões ao indicar um impacto menor, insuficiente e com baixa confiança em sua aprovação no Congresso Nacional, apesar dos compromissos de Arthur Lira (Progressistas), presidente da Câmara dos Deputados, e Rodrigo Pacheco (PSD), presidente do Senado Federal.
Entre os pontos polêmicos estão a compensação da reforma do Imposto de Renda (IR), que isenta até R$ 5.000,00 e implica em uma renúncia estimada em R$ 35 bilhões.
Existem incertezas sobre o aumento da tributação dos mais ricos.
Medidas como o reajuste limitado do salário mínimo e o abono salarial foram vistas como positivas, mas o mercado financeiro desaprovou a manutenção dos pisos para Saúde e Educação, que afetam o arcabouço fiscal.
Projeções de economia variam. A Warren Investimentos estima R$ 45 bilhões e o Itaú projeta R$ 53,0 milhões.
Segundo Felipe Miranda, economista da Empiricus Investimentos, as medidas são paliativas e demandarão reformas mais profundas a partir de 2027.
Diante disso, o dólar atravessou o patamar de R$ 6,00 e as expectativas de uma taxa básica de juros Selic terminal a 14,75%, com inflação em alta, aumentaram.
Meta de inflação
O futuro presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, adotou um discurso firme em evento em São Paulo (SP), ao reforçar o compromisso com a meta de inflação e a necessidade de manter a taxa básica de juros Selic em nível restritivo pelo tempo necessário.
Ele destacou a independência do BC e afirmou que elevar juros seria uma medida normal em mandatos de quatro anos, e, com isso, criticou concessões políticas.
Galípolo alertou que o real depreciado e a economia aquecida justificam juros elevados para evitar impactos inflacionários mais graves.
O discurso ocorre em meio a tensões provocadas por declarações do ministro Rui Costa (PT-BA)(Casa Civil), que acusou o atual presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, de “boicotar o governo”.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também defendeu o pacote fiscal como essencial para controlar despesas e garantir o cumprimento do arcabouço fiscal, enquanto se prepara para indicar novos diretores para o Banco Central (BC).
EUA
Nesta sexta-feira (29), o mercado norte-americano permanece com sua agenda de indicadores econômicos esvaziada após o feriado de Thanksgiving.
Europa
França – O Produto Interno Bruto (PIB) da França cresceu 0,4% no terceiro trimestre de 2024 ante os três meses anteriores, segundo pesquisa final divulgada nesta sexta-feira (29), pelo Insee, o instituto de estatísticas do País.
O resultado não foi revisado ante o dado preliminar.
No segundo trimestre, a expansão da economia francesa foi de 0,2% ante os primeiros três meses do ano.
O desempenho foi impulsionado pelos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris, informou o Insee.
Zona do Euro – Na região da Zona do Euro, os mercados se atentam para a principal divulgação: o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de novembro.