Sexta-feira (25)

Dólar hoje: tensões comerciais e IPCA-15 no radar dos mercados

Mercados atentos aos desdobramentos comerciais internacionais enquanto IPCA-15 e dados econômicos nacionais guiam expectativas para o segundo semestre

Dólar hoje
Notas de dólar americano flutuando diante de tela com gráficos de cotações mostrando alta volatilidade e pressão nos mercados | Crédito: Freepik

Nesta sexta-feira (25), o dólar comercial manteve estabilidade. Fechou em R$5,5215, após iniciar o dia em R$5,5214.

Na quinta-feira (24), o dólar começou cotado a R$5,5215.

Acompanhe nossa análise diária a seguir.

👀 Confira a cotação do dólar em tempo real

Agenda de hoje – sexta, 25 de julho de 2025

Exterior

  • 05h00 – Alemanha – Avaliação da Situação Atual – Alemanha
  • 12h30 – EUA – GDPNow do Fed de Atlanta (Q2)

Brasil

  • 08h00 – FGV: Confiança do Consumidor FGV (jul)
  • 08h30 – Bacen: Transações Correntes (USD) (jun)
  • 08h30 – Bacen: Investimento Estrangeiro Direto (USD) (jun)
  • 09h00 – IBGE: IPCA-15 (Mensal) (jul)

Desempenho das moedas na sessão anterior

Na última quinta (24), o dólar comercial (compra) recuou 0,05%. Fechou em R$5,5200, após iniciar o dia cotado a R$5,5270.

O que influencia o dólar hoje?

O dólar hoje abre a sexta-feira em compasso de espera. As novidades nas negociações comerciais globais dominam o cenário. A princípio, a possibilidade de acordos entre Estados Unidos e União Europeia ganhou força, enquanto os entendimentos com Japão e China avançam simultaneamente.

No Brasil, acima de tudo, destaca-se a divulgação do IPCA-15 de julho. Este indicador pode influenciar as expectativas para a inflação no segundo semestre. A projeção aponta para alta de 0,30% no mês.

A combinação de trégua tarifária internacional e um dado local mais contido tende a sustentar o apetite por risco no curto prazo. No entanto, a tensão segue no radar, especialmente com o prazo final das tarifas americanas se aproximando.

Continue a leitura a fim de entender como esses fatores impactam o dólar hoje, o comportamento das bolsas, o petróleo e os fluxos cambiais.

Acordos ganham ritmo e mantém o dólar sob expectativa

As tratativas comerciais seguem como destaque ao fim de uma semana importante. Sem dúvida, a assinatura de novos pactos dos EUA com Japão, Indonésia e Filipinas marcou os últimos dias. Esses acordos complementam os já firmados com China e Reino Unido.

Na quinta-feira, a Comissão Europeia afirmou que fechará um acordo com os EUA até 1º de agosto. Essa data coincide com a ameaça de Trump de impor uma tarifa ampla de 30% sobre produtos europeus.

De acordo com a Reuters, o possível acerto prevê uma alíquota média de 15% sobre as exportações europeias, substituindo a tarifa generalizada. Em virtude dessa expectativa, os mercados se aliviaram e o dólar hoje se mantém em patamar estável.

Além disso, o Wall Street Journal apontou que uma nova rodada de negociações com a China começará na próxima semana. As duas potências buscam um acordo mais amplo, após reduzirem tarifas em maio e junho.

Bolsas sobem com balanços fortes e cenário comercial mais leve

Os índices futuros de Nova York operam com leve alta nesta manhã. Por um lado, os balanços positivos impulsionam o mercado. Por outro lado, o avanço nos acordos comerciais também contribui para o bom humor. O dólar hoje acompanha esse movimento, com menor pressão sobre ativos de risco.

Mais de 80% das empresas do S&P 500 que divulgaram seus balanços superaram expectativas. Como resultado, o índice alcançou novas máximas históricas.

O ambiente de menor aversão ao risco, juntamente com a trégua comercial, também reduz a busca por proteção em dólar. Ainda assim, o prazo de 1º de agosto ainda impõe cautela nos mercados.

Petróleo sobe com expectativa de acordo e estoques menores

Os preços do petróleo avançam nesta sexta-feira, sustentando os ganhos da véspera. Nesse meio tempo, o dólar hoje se mantém lateralizado diante do maior apetite global por energia.

O Brent sobe 0,9%, chegando a US$69,78, enquanto o WTI avança 0,9%, atingindo US$66,61. Ontem, os dois contratos já haviam subido mais de 1%, logo após a queda expressiva dos estoques americanos.

A expectativa de novos acordos comerciais entre EUA e seus parceiros impulsiona a perspectiva de crescimento global. Dessa forma, eleva-se a demanda por energia.

Caso a trégua tarifária se consolide, o petróleo tende a se manter valorizado. Como consequência, isso pode influenciar o câmbio em países exportadores como o Brasil.

IPCA-15 e inflação no radar do mercado brasileiro

O destaque do dia no Brasil é, sem dúvida, o IPCA-15 de julho, considerado uma prévia da inflação oficial. A mediana das projeções aponta para alta de 0,30%.

Em junho, o índice havia registrado variação de 0,26%, levando o acumulado em 12 meses para 5,27%. A leitura de hoje ajudará a calibrar as apostas para a inflação do segundo semestre.

No último boletim Focus, o mercado projetava IPCA de 5,10% em 2025, em queda frente aos 5,17% da semana anterior. Por fim, um dado mais comportado pode reforçar as apostas em corte de juros ao final do ano.

Câmbio e fluxo: atenção às contas externas brasileiras

O Banco Central divulga hoje os dados de transações correntes e investimento direto no país (IDP), ambos referentes a junho.

A expectativa é de déficit de US$4,36 bilhões nas contas externas, após saldo negativo de US$2,93 bilhões em maio. Já o IDP deve somar US$4,5 bilhões, acima dos US$3,66 bilhões do mês anterior.

Esses números ajudam a compor o quadro de fluxo cambial e podem influenciar o dólar hoje. Em outras palavras, um IDP forte tende a aliviar pressões no câmbio, ao sinalizar maior entrada de capital estrangeiro.