Sexta-feira (20)

Dólar hoje: cenário externo turbulento e juros altos no Brasil movimentam os mercados

Brasil ocupa segunda posição mundial em juros reais enquanto Donald Trump intensifica críticas ao Fed, gerando volatilidade nos mercados internacionais

Dólar hoje
Dólar ultrapassa R$ 5,49 enquanto mercado global monitora tensões entre Trump e Fed, juros elevados no Brasil e dados econômicos da Ásia | Crédito: Freepik

O dólar iniciou esta sexta-feira (20) cotado a R$5,4916.

O dólar hoje segue pressionado pela combinação de juros elevados no Brasil, tensões entre o governo dos EUA e o Federal Reserve, além de dados fortes da economia asiática.

Internamente, a nova alta da Selic colocou o Brasil no topo do ranking global de juros reais, o que pode atrair fluxo estrangeiro.

📈 COTAÇÃO DO DÓLAR EM TEMPO REAL

Lá fora, as críticas de Trump ao Fed aumentam o ruído político. China e Japão divulgaram dados relevantes, enquanto o mercado segue atento ao impacto das tarifas americanas sobre a inflação global.

Veja, a seguir, como esses fatores afetam o câmbio.

Agenda de hoje – sexta, 20 de junho de 2025

Exterior

  • 03h00 –  Alemanha – IPP (mai)
  • 09h30 – EUA – Índice de Atividade Industrial Fed Filadélfia (jun)

Brasil

  • Sem divulgações macroeconômicas.

Desempenho das moedas na sessão anterior

Na última quarta (18), o dólar comercial (compra) fechou com alta de 0,04%, cotado a R$5,5000, após ter começado o dia cotado a R$5,4890.

Trump ataca presidente do Fed após decisão de manter juros

Em primeiro lugar, o presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a pressionar o Federal Reserve um dia após a manutenção da taxa básica de juros entre 4,25% e 4,5%.

Em sua rede Truth Social, Trump chamou o presidente do Fed, Jerome Powell, de “desgraça americana” e criticou a falta de corte de juros.

A publicação intensificou o clima de tensão entre o governo e a autoridade monetária, e pode gerar volatilidade nos mercados.

Brasil tem segunda maior taxa de juros reais do mundo

Em segundo lugar, com a nova alta da Selic para 15% ao ano, o Brasil passou a ocupar o segundo lugar no ranking global de juros reais.

Descontando a inflação, a taxa brasileira está em 9,53%, atrás apenas da Turquia, com 14,44%.

O movimento reforça o diferencial de juros e pode impulsionar o real no curto prazo, apesar das incertezas fiscais internas.

China bate recorde de importação de soja em maio

Em terceiro lugar, as importações chinesas de soja brasileira cresceram 37,5% em maio frente ao ano anterior, impulsionadas por safra farta e liberação alfandegária.

No total, a China importou 13,92 milhões de toneladas de soja, o maior volume mensal da história.

Além disso, a demanda robusta da China favorece o agronegócio brasileiro e pode ter efeitos positivos sobre o fluxo cambial.

China mantém taxa básica de empréstimos

A China decidiu manter suas taxas referenciais de empréstimos inalteradas nesta sexta-feira, conforme esperado pelo mercado.

A LPR de um ano ficou em 3,00% e a de cinco anos, em 3,50%, após medidas anteriores de estímulo monetário.

A decisão reforça o compromisso de Pequim com o crescimento, sem abrir mão da estabilidade cambial e da moderação no crédito.

Inflação no Japão pressiona banco central

Por fim, o núcleo da inflação japonesa subiu 3,7% em maio, maior nível desde janeiro de 2023 e bem acima da meta de 2%.

A alta foi puxada pelos alimentos processados, especialmente arroz, que dobrou de preço em relação a 2024.

Em conclusão, o Banco do Japão pode ser forçado a rever sua política de juros baixos, o que gera impacto nos fluxos de capital globais.