O dólar iniciou esta sexta-feira (20) cotado a R$5,4916.
O dólar hoje segue pressionado pela combinação de juros elevados no Brasil, tensões entre o governo dos EUA e o Federal Reserve, além de dados fortes da economia asiática.
Internamente, a nova alta da Selic colocou o Brasil no topo do ranking global de juros reais, o que pode atrair fluxo estrangeiro.
📈 COTAÇÃO DO DÓLAR EM TEMPO REAL
Lá fora, as críticas de Trump ao Fed aumentam o ruído político. China e Japão divulgaram dados relevantes, enquanto o mercado segue atento ao impacto das tarifas americanas sobre a inflação global.
Veja, a seguir, como esses fatores afetam o câmbio.
Agenda de hoje – sexta, 20 de junho de 2025
Exterior
- 03h00 – Alemanha – IPP (mai)
- 09h30 – EUA – Índice de Atividade Industrial Fed Filadélfia (jun)
Brasil
- Sem divulgações macroeconômicas.
Desempenho das moedas na sessão anterior
Na última quarta (18), o dólar comercial (compra) fechou com alta de 0,04%, cotado a R$5,5000, após ter começado o dia cotado a R$5,4890.
Trump ataca presidente do Fed após decisão de manter juros
Em primeiro lugar, o presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a pressionar o Federal Reserve um dia após a manutenção da taxa básica de juros entre 4,25% e 4,5%.
Em sua rede Truth Social, Trump chamou o presidente do Fed, Jerome Powell, de “desgraça americana” e criticou a falta de corte de juros.
A publicação intensificou o clima de tensão entre o governo e a autoridade monetária, e pode gerar volatilidade nos mercados.
Brasil tem segunda maior taxa de juros reais do mundo
Em segundo lugar, com a nova alta da Selic para 15% ao ano, o Brasil passou a ocupar o segundo lugar no ranking global de juros reais.
Descontando a inflação, a taxa brasileira está em 9,53%, atrás apenas da Turquia, com 14,44%.
O movimento reforça o diferencial de juros e pode impulsionar o real no curto prazo, apesar das incertezas fiscais internas.
China bate recorde de importação de soja em maio
Em terceiro lugar, as importações chinesas de soja brasileira cresceram 37,5% em maio frente ao ano anterior, impulsionadas por safra farta e liberação alfandegária.
No total, a China importou 13,92 milhões de toneladas de soja, o maior volume mensal da história.
Além disso, a demanda robusta da China favorece o agronegócio brasileiro e pode ter efeitos positivos sobre o fluxo cambial.
China mantém taxa básica de empréstimos
A China decidiu manter suas taxas referenciais de empréstimos inalteradas nesta sexta-feira, conforme esperado pelo mercado.
A LPR de um ano ficou em 3,00% e a de cinco anos, em 3,50%, após medidas anteriores de estímulo monetário.
A decisão reforça o compromisso de Pequim com o crescimento, sem abrir mão da estabilidade cambial e da moderação no crédito.
Inflação no Japão pressiona banco central
Por fim, o núcleo da inflação japonesa subiu 3,7% em maio, maior nível desde janeiro de 2023 e bem acima da meta de 2%.
A alta foi puxada pelos alimentos processados, especialmente arroz, que dobrou de preço em relação a 2024.
Em conclusão, o Banco do Japão pode ser forçado a rever sua política de juros baixos, o que gera impacto nos fluxos de capital globais.