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Copom mantém Selic em 15% e encerra ciclo de alta iniciado em 2024

Decisão traz previsibilidade para investimentos em renda fixa, mas mantém crédito caro e pressiona mercado de ações, com cortes nos juros previstos apenas para 2026

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Banco Central
Banco Central decide manter taxa Selic em 15% após ciclo de elevações iniciado em 2024, citando desaceleração econômica e inflação acima da meta | Crédito: Flickr

A reunião do Copom realizada ontem (30) resultou na manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano. O mercado financeiro já esperava esta decisão após sinalizações prévias. Dessa forma, interrompe-se o ciclo de elevações iniciado em setembro de 2024. A fim de avaliar melhor o cenário econômico, o comitê aguarda os efeitos dos aumentos já implementados.

O comunicado do Copom destaca que a economia brasileira apresenta sinais de desaceleração. No entanto, a inflação segue acima da meta, em torno de 5%. A demanda firme e um cenário global incerto impulsionam esse índice. Além disso, o comitê reafirma que a taxa permanecerá em patamar contracionista por período prolongado. Sem dúvida, está pronto para retomar altas se necessário.

A decisão oferece previsibilidade para os segmentos de renda fixa, crédito e os contratos de longo prazo. Ainda assim, mantém barreiras para alívio imediato do crédito ao consumidor. A curva de juros no mercado reflete essa expectativa, com a queda da Selic prevista apenas para 2026.

O banco central também cita o novo pacote de tarifas de 50% impostas pelos EUA ao Brasil. Em virtude disso, alerta que maiores tensões comerciais podem pressionar o câmbio. Como resultado, riscos inflacionários adicionais podem surgir, obrigando uma postura mais conservadora na política monetária.

Como isso afeta o dia a dia e seus investimentos?

A manutenção da Selic em 15% impacta diretamente o crédito. Por causa disso, empréstimos pessoais, financiamentos imobiliários e cartões de crédito mantêm taxas elevadas, o que reduz o consumo e dificulta o acesso ao crédito. Pessoas com dívidas pré-fixadas sentem um impacto significativo no orçamento mensal.

Para investidores conservadores, o cenário é favorável, especialmente para renda fixa. Produtos como CDBs, Tesouro Selic e fundos de crédito privado oferecem retornos reais atrativos. Acima de tudo, chegam a aproximadamente 9% acima da inflação acumulada. Em contrapartida, o mercado de ações enfrenta pressão devido aos juros de longo prazo. Assim sendo, exige-se cautela com ativos sensíveis à taxa de juros como FIIs e small caps.

Empresas, varejo e imobiliárias continuam enfrentando custos elevados de crédito. Como consequência, reduz-se o consumo e os investimentos. Em conclusão, a decisão do Copom sinaliza estabilidade para investimentos em renda fixa indexados ao CDI. No entanto, enfatiza a importância de estratégias ajustadas ao perfil e timing. Isso ocorre uma vez que a perspectiva de cortes nos juros está distante e depende de uma desinflação mais acelerada.