A Casa Branca sinalizou conforto com o corte de 0,25 ponto percentual decidido pelo Federal Reserve. O recado veio do diretor do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hassett, que classificou a medida como “prudente” e um bom primeiro passo rumo a juros mais baixos.
Por que o corte de 0,25 p.p. foi “prudente”
Hassett disse que reduzir aos poucos, acompanhando os dados, é a abordagem correta. Segundo ele, a decisão reflete um consenso amplo no comitê e mantém a política em rota de desaceleração, sem ignorar as pressões ainda presentes.
Pressão por corte maior ficou isolada
O novo diretor do Fed, Stephen Miran, defendeu 0,50 p.p., mas foi vencido por 11 a 1 no FOMC. Hassett, porém, evitou críticas ao colegiado e reforçou que os próximos passos devem seguir os modelos e a diversidade de opiniões dentro do banco central.
Economia forte, inflação acima da meta
Hassett reconheceu que o PIB do 3º tri caminha acima de 3%, um cenário que normalmente não sustentaria cortes, especialmente com a inflação superior à meta de 2%. Mesmo assim, ele avalia que o ajuste incremental ajuda a calibrar a trajetória de juros num contexto de desaceleração inflacionária.
Fatores políticos e setoriais em jogo
O presidente Donald Trump ainda não comentou a decisão, mas historicamente tem defendido quedas rápidas e agressivas, chegando a sugerir juros 3 p.p. mais baixos do que os níveis projetados pelo Fed. O argumento político inclui aliviar o mercado imobiliário e os custos de financiamento da dívida de US$ 37 trilhões.
Próximos passos do Fed
Para Hassett, a autoridade monetária “partiu a diferença” ao optar por 0,25 p.p., deixando a porta aberta para novas reduções se os dados confirmarem a tendência. Ele tem sido citado em listas para suceder Jerome Powell no próximo ano, o que reforça o peso político de suas declarações.
O que acompanhar agora
Dados de inflação
- Núcleos de preços e expectativas. Leituras mais fracas dão sinal verde a cortes adicionais.
Atividade e mercado de trabalho
- Se o crescimento acima de 3% persistir, o Fed pode moderar o ritmo de afrouxamento.
Habitação e crédito
- A sensibilidade do setor imobiliário aos juros será termômetro-chave da eficácia do corte.
Leitura do mercado pela ótica do investidor
Para o investidor, o comunicado de Hassett reforça que política e economia caminham juntas no ciclo de queda. O Fed busca credibilidade e gradualismo; a Casa Branca, impulso para atividade e custo da dívida. O equilíbrio entre esses vetores tende a definir magnitude e velocidade dos próximos cortes.
“Diversificação inteligente e custo baixo importam ainda mais em ciclos de corte: é o momento de deixar a carteira trabalhar por você.” — Fábio Murad, método Super ETF.