Os mercados globais operam com forte aversão ao risco nesta sexta-feira (1). Isso ocorre após o presidente Trump anunciar uma nova rodada de tarifas que atingem dezenas de países. Em virtude disso, os futuros do Dow cairam até 1,1%. Além disso, o S&P 500 recuou cerca de 1,2%, e o Nasdaq 100 cedeu 1,3%. Os rendimentos dos Treasuries subiram. Ao mesmo tempo, o índice de volatilidade (VIX) disparou. O petróleo caiu, porém o dólar se manteve firme.
As ações da Amazon despencaram cerca de 8% no pré-mercado. Isto ocorreu mesmo após a divulgação de lucro trimestral acima das expectativas. No entanto, o guidance para o terceiro trimestre, especialmente das receitas de nuvem, frustrou investidores. Em contrapartida, a Apple subiu cerca de 1,5–2%, impulsionada pela performance sólida de iPhones e serviços.
O nervosismo se intensifica à espera dos dados de empregos de julho (payroll). Sem dúvida, estes devem mostrar criação de apenas 100–110 mil vagas, contra 147 mil em junho. Além disso, espera-se um aumento da taxa de desemprego para cerca de 4,2%. Um relatório mais fraco pode, por conseguinte, dar fôlego às expectativas de corte de juros do Fed. Ainda assim, a inflação continua representando risco.
O impacto amplificado das tarifas gerou um choque imediato. Como resultado, os principais índices futuros recuaram entre 0,8% e 1,1%. Isso reflete o temor de custos maiores para empresas que dependem de cadeias globais de suprimentos.
A perspectiva de tarifas elevadas até 41% inclui bens farmacêuticos, eletrônicos e cobre. Por causa disso, o índice de incerteza para mercados globais e ESG aumentou consideravelmente. Assim sendo, flutuações bruscas nos preços dos ativos tornaram-se mais frequentes.
Perspectivas para o mercado com as movimentações das bolsas
A continuidade da escalada tarifária pode desacelerar ainda mais setores sensíveis ao comércio internacional. Isso inclui tecnologia, manufatura e varejo. Não apenas isso, mas também pressiona os custos corporativos e margens de lucro.
O fraco desempenho do payroll reforça as dúvidas sobre o ritmo de recuperação da economia americana. Por outro lado, caso os dados surpreendam positivamente, a retórica de cortes de juros em setembro pode ser adiada. Em consequência, a curva de juros permaneceria pressionada.
Diante desse cenário, investidores devem manter portfólios mais defensivos. Em primeiro lugar, priorizando setores menos expostos às cadeias globais. Em segundo lugar, mantendo alocação em ativos de menor beta. Isso, a fim de que aguardem maior clareza sobre negociações comerciais e resultados corporativos futuros.