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Arthur Farache

Advogado e CEO da Hurst Capital.

Direito creditório cresce em 2021 como alternativa de investimento

Felizmente, alternativas de investimentos descorrelacionados da bolsa não faltam, e o direito creditório é uma dessas opções. Nesse caso, você pode investir diretamente via bancos ou via fintechs.

02 fevereiro 2021 - 15h52
Direito creditório cresce em 2021 como alternativa de investimento

Não há dúvida de que 2020 foi desafiador e levou pessoas e empresas a repensarem seus objetivos e prioridades. O vírus chamado Covid-19 entrou em nossas vidas sem pedir licença e ditou as regras. O medo do desconhecido dominou o mundo e surpreendeu a todos, levando governos de todos os países, inclusive o Brasil, a adotarem medidas de distanciamento social e lockdown para diminuir a propagação da doença.

Com as empresas reduzindo ou parando a produção e os comércios fechados, economistas se debruçaram sobre suas planilhas e começaram a refazer as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB), que no pior momento chegou a uma retração de 10%. Felizmente, as previsões não se confirmaram. Embora o PIB do ano passado ainda não tenha sido divulgado, a expectativa da maioria do mercado é que o recuo seja menor, em torno de 4,5%.

Para 2021 as projeções são mais positivas, apesar das incertezas econômicas e políticas. A chegada da vacina para combater o coronavírus trouxe ânimo e expectativa de retomada dos negócios.

Como já é sabido, o crédito é uma importante alavanca de contribuição para a expansão da economia. Como estamos apostando na retomada dos negócios, o crédito pode ganhar papel de protagonista, já que empresas precisarão de dinheiro, para investir e estarem preparadas para o crescimento, e o consumidor continuará recorrendo a financiamento e a parcelamento de dívidas de maior valor.

O que talvez você não saiba é que o crédito também pode ser uma boa oportunidade de investimento, por meio da aquisição de direitos creditórios, que nada mais são do que direito de uma pessoa ou empresa a receber uma dívida.

Um grande diferencial do direito creditório, além de contribuir para diversificar a carteira de investimentos, é que ele está descorrelacionado da bolsa de valores. Para se ter uma ideia de como os fatores macro, micro e afins influenciam a bolsa, no início de 2020 os analistas estavam bastante otimistas sobre as expectativas de crescimento do Ibovespa, e as projeções para o final do ano estavam entre 125 mil pontos e 150 mil pontos.

No entanto, ainda no primeiro trimestre, com o coronavírus invadindo o mundo, o que se viu foi uma grande mudança de humor, com o índice acionário chegando a cair 30% somente em março. No final do ano, a bolsa encerrou 2020 apenas nos 119.000 pontos.

Felizmente, alternativas de investimentos descorrelacionados da bolsa não faltam, e o direito creditório é uma dessas opções. Nesse caso, você pode investir diretamente via bancos ou via fintechs. Essas instituições adquirem os créditos originados nos segmentos financeiro, comercial, industrial, imobiliário, prestação de serviço, ativo judicial, entre outros, e oferecem ao investidor.

Além disso, também existe a possibilidade de investir via Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC). Os FIDCs são considerados investimentos em renda fixa e podem ser abertos ou fechados. No primeiro caso, os cotistas podem solicitar o resgate de suas cotas de acordo com o regulamento do fundo, podendo ser antes do prazo de encerramento. No fundo fechado, o resgate só pode ser feito no final do prazo estabelecido no contrato.

No mercado, é muito comum pessoas e/ou companhias que precisam de um capital de giro ou têm uma dívida mais longa negociar o valor a receber com bancos e/ou fintechs. É aí que está o “pulo do gato” e sua oportunidade de ganhar um retorno acima do oferecido nos produtos de renda fixa tradicional — e ainda fugir da volatilidade da bolsa.

Sim, existe um pequeno risco, como todo investimento. Mas a vida é um risco. Se você está pensando em diversificar sua carteira de investimentos, adquirir direitos creditórios pode ser uma boa opção. Lembre-se, o coronavírus mostrou que tudo pode mudar de uma hora para outra. Manter a mesma estratégia de investimento não é garantia de segurança e nem de retorno financeiro. Se permita experimentar novas oportunidades.

A opinião e as informações contidas neste artigo são responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, a visão da SpaceMoney.

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