sexta, 26 de abril de 2024
Educação Financeira nas EscolasCOLUNA

Educação Financeira nas Escolas

Ana Fátima C. de Campos

Professora e coordenadora do curso de Educação Financeira do ensino Fundamental I na Progress Educacional

Em casa, podemos “formar” os melhores economistas

Com exemplos dos pais e diálogos constantes, crianças podem desenvolver a competência de estabelecer e alcançar metas e de gerenciar a própria vida

13 dezembro 2021 - 15h17
Em casa, podemos “formar” os melhores economistas

Com certeza, várias vezes você já pensou como será o futuro dos seus filhos, sobre qual profissão vão seguir, como lidarão com seus sentimentos e com quais pessoas se relacionarão. Os pais pensam muito nessas questões e, claro, querem muito que seus filhos sejam felizes, bem formados e alcancem a liberdade financeira.

Mas, de forma geral, precisamos saber que para uma criança crescer emocionalmente saudável, é necessário começar em casa. Rotina, diálogo, planejamento de compras, realização de tarefas domésticas e escolares — de acordo com a idade deles —, construção de combinadas conversas sobre sentimentos, comportamentos, necessidades e desejos ajudam a trilhar esse caminho.

Utilizando uma linguagem acessível e simples, é preciso mostrar aos filhos que nem sempre temos apenas assuntos prazerosos para conversar, mas que nem por isso podemos deixar de mencioná-los.

As crianças precisam saber dos momentos que passamos preocupados, como lidamos com situações desafiadoras ou estressantes e também sobre os comportamentos deles. Mais do que discursos longos, os filhos aprendem pelos modelos dos pais, ou seja, eles modelam os comportamentos dos adultos (adequados e inadequados).

Por isso, é fundamental estabelecer o diálogo, os combinados e as responsabilidades de cada membro da família. Certamente, às vezes, nossos filhos podem não ouvir, mas nos imitam totalmente. Você já se perguntou se é um bom exemplo a ser imitado? Pois é, essa pergunta nos dá a dimensão do quanto somos responsáveis somos pela formação dos filhos.

Maior envolvimento

Uma boa estratégia é ensinar aos filhos a importância do planejamento familiar e individual. Sabemos que a falta dele, na vida de uma família, sobretudo dos filhos, pode, muitas vezes, ensinar que as coisas se resolvem no improviso, quando a impulsividade toma conta das emoções.
 
Planejamento familiar ajuda os nossos filhos a entenderem melhor a organização da casa, a responsabilidade de cada um com seus compromissos escolares, com as finanças do lar, com o bem-estar de todos, ensina direitos e deveres.

Ao contrário disso, podemos gerar a sensação que tudo é feito na correria e certamente não ficamos satisfeitos com os resultados. Por exemplo, se não planejo uma compra, com uma lista para o supermercado junto com a família, posso gastar além do necessário com itens que já tenho em casa, ou que não são necessários no momento.

Essas simples atitudes fazem parte da “governabilidade” da família e precisamos ensinar às crianças e adolescentes valores e princípios que nos ajudam a ter uma vida mais equilibrada emocional e financeiramente. 

Dentro desse universo, crianças, adolescentes e jovens crescem e aprendem o que é negociável ou inegociável, o que é prioridade e o que é futilidade, o que pode ou não. Desenvolvem a competência de estabelecer e alcançar metas e de gerenciar a própria vida. Isso vale para todos, independentemente de classe social.

Por isso, é importante saber que os conceitos de educação financeira começam a ser aplicados primeiramente em casa. Quanto mais cedo, melhor, afinal a liberdade financeira que tanto os pais desejam para seus filhos começa em casa!
 

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