quinta, 25 de abril de 2024
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Movimento FIRE: é possível se aposentar até os 40 anos?

Assesor de investimentos da Blue3, Diego Carrijo, falou sobre estratégia que preve rápida independência financeira com base em disciplina, planejamento e dedicação

04 outubro 2021 - 16h58Por Gabriel Coccetrone

Um dos maiores desejos que as pessoas têm durante a vida é de um dia conseguir a tão sonhada aposentadoria, o que nos últimos anos ficou ainda mais difícil por conta das reformas que foram aprovadas no Congresso Nacional. Após elas, homens terão de contribuir por 20 anos e ter idade mínima de 65 anos, enquanto as mulheres contribuem por 15 anos e devem ter, no mínimo 62 anos.

Agora, você já imaginou se aposentar antes dos 40 anos? Não? Pois bem, apesar de isso parecer algo utópico, essa é a proposta do movimento FIRE (Financial Independence and Retirement Early). Adotado pela geração Millennial – entre 26 e 40 anos –, o movimento busca por uma independência financeira através de um maior acúmulo de dinheiro nos anos produtivos (em trabalho) e de uma vida menos consumista, que evita gastos supérfluos. Antes de falar mais detalhadamente sobre o movimento FIRE, uma pergunta precisa ser respondida: é possível alcançar esse objetivo na realidade brasileira?

“É possível, sim! Tudo vai depender do quanto você consegue gerar de renda e sua disciplina de economia desde cedo. A maioria das pessoas acabam tendo dificuldade em juntar dinheiro justamente por não ter um objetivo claro sobre o que fazer com ele. Então, é preciso definir um objetivo e alinhar ele com seu planejamento financeiro”, afirma Diego Carrijo, assessor de investimentos da Blue3.

O movimento FIRE surgiu nos Estados Unidos e foi citado pela primeira vez no The Tightwad Gazette, um boletim de notícias da década de 90. Anos depois, em 2001, o blog Early Retirement Extreme passou a abordar o tema de maneira mais prática, passando estratégias de como alcançar a independência financeira rapidamente.

A partir daí a ideia só se propagou entre jovens estudantes e trabalhadores das mais diferentes classes sociais, que passaram a levar os “ensinamentos” do movimento como um estilo e objetivo de vida.

Diego Carrijo conta que o movimento FIRE acabou se tornando muito famoso por conta da internet e que sendo assim é preciso ter cuidado. “Justamente aí que está uma das minhas preocupações, é preciso tomar cuidado com duas coisas: possíveis conflitos de interesses e a qualidade das informações que estão nessa plataforma, evitando que se torne um efeito manada, ou seja, um processo de indicação de investimentos para aquelas pessoas que buscam o objetivo da independência financeira sem considerar a individualidade de cada um”, alerta.

Pilares do movimento FIRE

Quando se fala em economizar, a primeira coisa que pensamos é nunca gastar mais do que recebemos. Esse é um dos principais mantras do movimento, seguidos por:

- Começar a trabalhar e buscar fontes de renda extra desde muito novo;

- Guardar um percentual de sua renda mensal;

- Estudar o mercado financeiro para investir da forma mais correta possível;

- Não ter dívidas; e

- Traçar um objetivo no futuro.

Para o assessor de investimentos da Blue3, o movimento FIRE tem pontos positivos, mas para segui-lo, é importante contar com o auxílio de um profissional. “É um movimento interessante e bom na essência, principalmente porque ele prega muita disciplina – abdicar de vários prazeres da vida durante a juventude –, o trabalho extra e os investimentos eficientes. No entanto, é extremamente importante que o planejamento financeiro deva ser feito de forma individualizada, com um profissional certificado e qualificado para te acompanhar”, destaca Diego Carrijo.

É importante destacar que não existe um segredo para se aposentar até os 40 anos. Porém, quanto mais cedo você se planejar, organizar e ter em mente os objetivos futuros, mais rapidamente esse caminho será percorrido.

“O primeiro passo é a pessoa conseguir registrar todas as entradas e saídas do orçamento doméstico da família. Esse processo é relativamente simples para um profissional da área de finanças, mas difícil para o cidadão comum. A partir daí que você traça os objetivos para o futuro”, finaliza Diego Carrijo.