sexta, 26 de abril de 2024
Commodities

Exportação de farelo dispara com seca dificultando saída pela Argentina

Os embarques de farelo de soja pelo porto de Paranaguá aumentaram em setembro devido à forte demanda e à seca na América do Sul

08 outubro 2021 - 16h42Por Reuters

Por Ana Mano, da Reuters - Os embarques de farelo de soja pelo porto de Paranaguá aumentaram em setembro devido à forte demanda e à seca na América do Sul, que interrompeu uma rota de escoamento do produto via Argentina.

Em comunicado enviado à Reuters nesta sexta-feira (8), a autoridade portuária de Paranaguá disse que os exportadores embarcaram 419.314 toneladas de farelo de soja no mês passado, um aumento de 35% em relação a agosto e de quase 33% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Os preços e a demanda internacionais favoreceram o aumento das exportações de farelo de soja do Brasil, segundo a Associação dos Terminais do Corredor de Exportação de Paranaguá (Atexp), citada no comunicado.

Além disso, o embarque de farelo de soja no Brasil com origem no Paraguai tem sido um fator.

"O país vizinho, que costumava transportar o farelo de soja por barcaça até os portos argentinos... teve que buscar alternativas", disse o comunicado da autoridade do porto de Paranaguá. Devido à crise hídrica e o baixo nível de água da bacia do Rio da Prata, essas barcaças não podem navegar, por isso o produto está sendo enviado por rodovia e embarcado do Brasil, acrescentou o comunicado.

As grandes cooperativas agrícolas brasileiras, como a Coamo, e multinacionais como Cargill e Louis Dreyfus, embarcaram farelo de soja de Paranaguá em setembro, segundo o comunicado.

A previsão é que 150 mil toneladas de farelo de soja cheguem do Paraguai para serem exportadas de Paranaguá até o final deste ano, informou a autoridade.

Com a persistência da seca, a expectativa é de que cerca de 400 mil toneladas de farelo de soja paraguaio cheguem e sejam embarcadas do mesmo porto em 2022, acrescentou o comunicado.

O principal concorrente do farelo de soja brasileiro no mercado internacional é a Argentina.

"A seca do Rio da Prata também prejudicou o preço do produto argentino, que ficou menos competitivo, abrindo mercado para o Brasil", disse o comunicado.