A Vibra Energia (VBBR3) alcançou lucro líquido de R$ 292 milhões no 2º trimestre de 2025, com queda de 66,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Sem dúvida, esse número reflete um trimestre desafiador, marcado por pressão operacional e efeitos de inventário, conforme apontado pela companhia. Ainda assim, a receita líquida ajustada cresceu 8,2%, atingindo R$ 45,751 bilhões, superando a média das estimativas de analistas (R$ 43,7 bilhões), de acordo com a LSEG.
O Ebitda ajustado totalizou R$ 1,472 bilhão, apresentando recuo de 5% em comparação ao 2T24. Em virtude das circunstâncias, a empresa destacou ter alcançado esse resultado “mesmo absorvendo perdas relevantes com inventários” durante o período. No que diz respeito ao negócio de Distribuição, o Ebitda ajustado chegou a R$ 1,2 bilhão. Uma vez que se excluem efeitos não recorrentes, o Ebitda ajustado recorrente atingiu R$ 1,0 bilhão, influenciado principalmente pelas perdas de estoque.
Em relação aos volumes, a Vibra comercializou 8,7 milhões de m³ no trimestre, mantendo-se estável na comparação anual e crescendo 4% em relação ao 1T25. Além disso, a empresa registrou alta de 6% nas vendas de lubrificantes e conquistou ganho de 0,3 p.p. de participação de mercado em comparação ao 1º trimestre, alcançando assim 23,7% do mercado.
Apesar dos avanços em algumas frentes, o desempenho consolidado do trimestre permaneceu misto. Em outras palavras, tanto o lucro quanto o Ebitda recuaram em termos anuais, enquanto a receita demonstrou resiliência, superando o consenso do mercado. Por isso, o mercado reagiu monitorando atentamente a trajetória de margens e os efeitos da reprecificação de combustíveis no setor durante o 2º semestre.
O que observar daqui para frente
Em primeiro lugar, a evolução das margens por m³ será fundamental para o desempenho futuro. Bem como esperado, analistas já projetavam compressão no 2T25, e a interpretação dos próximos meses dependerá do ambiente de preços e da dinâmica competitiva entre as distribuidoras.
Em segundo lugar, vale acompanhar de perto a normalização dos efeitos de inventário e o mix de volumes. Não apenas o avanço em lubrificantes, mas também a recuperação de volumes no canal de postos podem atenuar parte da pressão observada no trimestre, caso se mantenham no 3T25.
Por fim, a agenda setorial, com decisões sobre preços e reajustes no mercado de combustíveis, tende a influenciar diretamente a rentabilidade do setor. Acima de tudo, a leitura do mercado continuará sensível a sinais de estabilidade das margens e de disciplina operacional por parte da Vibra.