Balanço

Vibra (VBBR3) registra lucro de R$ 292 mi no 2T25; Ebitda recua 5%, porém receita avança 8,2% e supera expectativas

Balanço apresenta resultado misto: lucro fica abaixo do esperado e Ebitda sofre com perdas de estoque, enquanto receita supera projeções de analistas

Vibra (VBBR3)
Sede da Vibra Energia em São Paulo, onde empresa registrou resultado misto no 2T25 com queda no lucro, mas avanço na receita | Crédito: Reprodução

A Vibra Energia (VBBR3) alcançou lucro líquido de R$ 292 milhões no 2º trimestre de 2025, com queda de 66,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Sem dúvida, esse número reflete um trimestre desafiador, marcado por pressão operacional e efeitos de inventário, conforme apontado pela companhia. Ainda assim, a receita líquida ajustada cresceu 8,2%, atingindo R$ 45,751 bilhões, superando a média das estimativas de analistas (R$ 43,7 bilhões), de acordo com a LSEG.

O Ebitda ajustado totalizou R$ 1,472 bilhão, apresentando recuo de 5% em comparação ao 2T24. Em virtude das circunstâncias, a empresa destacou ter alcançado esse resultado “mesmo absorvendo perdas relevantes com inventários” durante o período. No que diz respeito ao negócio de Distribuição, o Ebitda ajustado chegou a R$ 1,2 bilhão. Uma vez que se excluem efeitos não recorrentes, o Ebitda ajustado recorrente atingiu R$ 1,0 bilhão, influenciado principalmente pelas perdas de estoque.

Em relação aos volumes, a Vibra comercializou 8,7 milhões de m³ no trimestre, mantendo-se estável na comparação anual e crescendo 4% em relação ao 1T25. Além disso, a empresa registrou alta de 6% nas vendas de lubrificantes e conquistou ganho de 0,3 p.p. de participação de mercado em comparação ao 1º trimestre, alcançando assim 23,7% do mercado.

Apesar dos avanços em algumas frentes, o desempenho consolidado do trimestre permaneceu misto. Em outras palavras, tanto o lucro quanto o Ebitda recuaram em termos anuais, enquanto a receita demonstrou resiliência, superando o consenso do mercado. Por isso, o mercado reagiu monitorando atentamente a trajetória de margens e os efeitos da reprecificação de combustíveis no setor durante o 2º semestre.

O que observar daqui para frente

Em primeiro lugar, a evolução das margens por m³ será fundamental para o desempenho futuro. Bem como esperado, analistas já projetavam compressão no 2T25, e a interpretação dos próximos meses dependerá do ambiente de preços e da dinâmica competitiva entre as distribuidoras.

Em segundo lugar, vale acompanhar de perto a normalização dos efeitos de inventário e o mix de volumes. Não apenas o avanço em lubrificantes, mas também a recuperação de volumes no canal de postos podem atenuar parte da pressão observada no trimestre, caso se mantenham no 3T25.

Por fim, a agenda setorial, com decisões sobre preços e reajustes no mercado de combustíveis, tende a influenciar diretamente a rentabilidade do setor. Acima de tudo, a leitura do mercado continuará sensível a sinais de estabilidade das margens e de disciplina operacional por parte da Vibra.