Massachusetts Financial Services (MFS) comunicou esta semana à CVM que ultrapassou o limite de 5% de participação no capital social da Totvs (TOTS3). A gestora assumiu 30,43 milhões de ações ordinárias — cerca de 5,06% — e mais 0,02% via ADRs nos EUA, totalizando um stake de 5,08%. Dessa forma, a comunicação, submetida em conformidade com a Resolução CVM 44/2021, coloca a MFS como provável quarto maior acionista da empresa. Mesmo que essa informação ainda não conste na composição acionária oficial divulgada no RI da Totvs até 6 de agosto.
No site de Relações com Investidores, a Totvs exibe os principais acionistas com participação superior a 5% até o último disclosure: Laércio Cosentino e o fundo HG Senta Pua detêm 8,65%. O Canada Pension Plan aparece com 5,46%. E a BlackRock com 5,28% do capital total. Por certo, a participação da MFS somente será incorporada à composição pública após próxima atualização dos dados.
Não é a primeira vez que a MFS supera a marca de 5% em empresas da B3. Em maio, a gestora americana passou a deter 5,10% do capital da B3 (B3SA3). Que sinalizou uma estratégia firme de posicionamento em ativos estruturais da bolsa. Com a entrada na Totvs, a MFS amplia sua presença no setor de tecnologia nacional.
A fim de que haja mais transparência, a entrada de MFS pode trazer maior monitoramento institucional da governança corporativa da Totvs, já que gestores estrangeiros com ativos acima do limite relevante tendem a exigir maior transparência e eficiência na execução da tese de crescimento.
O que isso significa para quem investe em Totvs (TOTS3)?
Em primeiro lugar, a entrada da MFS reforça a tese de atratividade institucional da Totvs, ao lado de pensões e fundos globais. Sem dúvida, esses investidores tendem a permanecer por mais tempo e buscam empresas com potencial de crescimento sustentável. Se os resultados do segundo trimestre de 2025 confirmarem receitas recorrentes estáveis e mais eficiência operacional, investidores de varejo devem interpretar isso como maior suporte à valorização das ações.
Em segundo lugar, a diversificação da base acionária, com a presença de gestoras de destaque como a MFS, reduz ainda mais os riscos de concentração em apenas dois ou três investidores de referência. Como resultado, isso historicamente amplia a liquidez e reduz o risco de dispersão brusca de ações.
Por fim, o foco internacional reforçado por essas adições pode atrair fluxo externo para TOTS3, inclusive via ETFs globais que têm a Totvs como componente relevante da parcela de ações brasileiras e de tecnologia. Dessa maneira, isso ajuda a explicar por que o papel reagiu positivamente à notícia, mesmo sem novos anúncios operacionais.