
A Suzano (SUZB3) avalia acelerar sua expansão nos Estados Unidos com a construção de uma fábrica de celulose de fibra longa. Esta decisão surge como resposta às novas tarifas de 50% que os EUA aplicarão sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. Com o propósito de reduzir a exposição da companhia ao impacto comercial, a empresa busca manter competitividade em um dos seus principais mercados.
O diretor‑geral da Suzano para as Américas, Guilherme Miranda, afirma que a empresa não registrou cancelamentos de pedidos após o anúncio das tarifas. Ele estima que os consumidores norte‑americanos absorverão os custos adicionais nas cotações. No entanto, ele destaca que a estratégia de longo prazo incluirá realocação da produção e investimentos locais.
Entre 15% e 19% da receita líquida da Suzano provém dos EUA — quase 2 milhões de toneladas exportadas em 2024, representando 78% do consumo americano de celulose de fibra curta. Em virtude dessa elevada exposição, torna-se difícil realocar rapidamente os volumes para mercados como Europa ou China.
O Goldman Sachs alerta que a fatia significativa no mercado americano exige cautela. Isto é, contratos de longo prazo com especificações técnicas rígidas dificultam redirecionamentos logísticos rápidos, o que pode impactar margens da Suzano no curto prazo. Há expectativa de busca por alternativas em Chile e Uruguai, ainda que a capacidade local desses países seja limitada.
Além da estratégia de expansão nos EUA, a Suzano trabalha com alternativas como formação de estoques locais e uso de hedge cambial a fim de mitigar impacto imediato. Segundo Miranda, “não há impacto no curto prazo“, mas a companhia já se prepara com medidas contingenciais.
Para o investidor de Suzano (SUZB3)
A construção de uma fábrica nos EUA reforça a estratégia da Suzano de reduzir sua dependência do Brasil frente a barreiras comerciais. Sem dúvida, a produção local pode proteger margens e manter presença no mercado americano, que responde por parcela substancial da receita da empresa.
Ainda que o impacto financeiro imediato seja limitado, a incerteza regulatória e tarifária pode pesar nas expectativas de investidores. Por isso, a capacidade de adaptar contratos de longo prazo e realocar mercados será crucial para preservar o caixa e a competitividade.
A proposta de expansão vem em meio ao esforço da Suzano para diversificar geograficamente sua base operacional e reduzir risco externo. Em conclusão, a movimentação sinaliza maturidade estratégica e resiliência da empresa diante de pressão política e comercial global.